Uma análise das criações lexicais mais frequentes na tradução da série Harry Potter para o português brasileiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Rodrigues, Tiago Pereira [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/155875
Resumo: Esta pesquisa lida com a morfologia, os sentidos e as simbologias de 35 criações lexicais mais frequentes na versão britânica da série Harry Potter e de seus correspondentes linguísticos pertencentes à versão brasileira. Nesse sentido, um dos objetivos da pesquisa foi identificar os processos de criação lexical mais recorrentes entre os vocábulos de ambas as versões. Outro objetivo foi verificar se os processos criativos dos vocábulos que não foram mantidos no texto de chegada influenciaram as escolhas morfológicas e lexicais da tradutora da série no Brasil, na criação de novas formas lexicais e no emprego de palavras já existentes em português em novos contextos ou com novos significados, no texto de chegada. Para tanto, foram descritos os processos criativos e os sentidos primários dos vocábulos em tela. A fim de facilitar a consulta das criações lexicais analisadas e de contextualizá-las, foi elaborado, também, um glossário bilíngue. Além disso, entre os dados obtidos, foram selecionados os vocábulos Dumbledore, Malfoy e Quirrell, que foram mantidos na tradução, com o intuito de realizar uma análise comparativa e detalhada acerca das relações simbólicas envolvendo os três vocábulos, nos textos de partida e de chegada. Em termos teórico-metodológicos, considerou-se a tradução como uma atividade interpretativa produtora de significados que nunca escapa da hierarquia de valores culturais da língua de chegada. Além disso, foram empregados os pressupostos da Linguística de Corpus e dos Estudos da Tradução Baseados em Corpus, bem como aqueles advindos de teorias de cunho lexical-morfológico que são relevantes para o entendimento e a descrição de fenômenos de criação lexical. Para a extração dos dados, foram utilizados um corpus paralelo contendo os textos de partida e de chegada da série, o software WorldSmith Tools (versão 6.0), obras lexicográficas e os corpora British National Corpus (World Version) e Lácio-Ref. No que concerne aos resultados, constatou-se que, entre as 35 criações lexicais mais frequentes no texto de partida, os processos criativos mais recorrentes são a composição por justaposição e a passagem de nome comum para nome próprio. Constatou-se, também, que entre essas criações, a maioria (19) foi mantida no texto traduzido. Quanto aos 16 vocábulos do texto de chegada que não são manutenções, identificou-se que os processos criativos mais recorrentes entre eles são a passagem de nome comum para nome próprio e outros processos que não foram encontrados na bibliografia consultada. Ao comparar esses 16 vocábulos com seus correspondentes no texto de partida, observou-se que tal comparação não permite verificar se as escolhas morfológicas e lexicais da tradutora foram influenciadas pelos processos criativos desses correspondentes. Os vocábulos mostraram que outros fatores podem ter influenciado essas escolhas, que são: sentidos do vocábulo de partida, o fato de o vocábulo de partida ser ou suscitar o étimo do vocábulo de chegada, estrutura do vocábulo de partida, determinada característica do referente, sistema da língua de chegada. Por meio das análises simbólicas dos vocábulos Dumbledore, Malfoy e Quirrell, verificou-se que o texto traduzido rompe redes simbólicas ao mesmo tempo em que mantém relações e sentidos, gera novos significados e novas relações e veicula traços culturais da língua de chegada.