Influência da variabilidade espacial em vinhedo irrigado na qualidade da uva e do vinho “syrah” de inverno

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Farinassi, Larissa Godarelli
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/11449/251402
Resumo: A prática da agricultura de precisão na produção de uvas para elaboração de vinhos (vitivinicultura de precisão) permite ou requer a avaliação da variabilidade espacial de atributos do solo e da planta e a sua possível influência sobre as uvas e os vinhos. Esta avaliação pode ser utilizada para orientar práticas de manejo sítio-específico, visando a obtenção de vinhos com propriedades diferentes, mas provenientes de um mesmo vinhedo. Dessa forma, este estudo teve como objetivo caracterizar a variabilidade espacial de um vinhedo comercial e delimitar zonas de manejo com base em atributos do solo (condutividade elétrica aparente e umidade) e da planta (índices de vegetação). O estudo também avaliou se as zonas de manejo diferenciam-se entre si quanto aos atributos químicos e físico-hídricos do solo, bem como quanto aos atributos ecofisiológicos da videira, aos atributos quantitativos e qualitativos das uvas e à composição dos vinhos, em dois ciclos de produção subsequentes (2020 e 2021). O vinhedo objeto de estudo tem 1,1 ha e pertence à Vinícola Terras Altas, localizada em Ribeirão Preto, SP (21º 17’ 24,53” S, 47º 50’ 46,83” O, 730 m). A videira ‘Syrah’ (Vitis vinífera L.) foi enxertada sobre os porta-enxertos ‘Paulsen 1103’ e ‘IAC 572’, e plantada em 2017 no espaçamento de 1 x 2,8 m entre plantas e fileira, respectivamente. As plantas foram sustentadas pelo sistema de espaldeiras, conduzidas com cordão Royat bilateral, e irrigadas por gotejamento, com 1 emissor por planta. O manejo da dupla-poda da videira foi adotado para a realização da colheita de uvas no período de inverno (julho). Duas zonas de manejo (Z1 e Z2) foram delimitadas e orientaram a colheita diferenciada ou seletiva de uvas. A comparação entre as zonas de manejo foi feita considerando a discretização da área ocupada por cada porta-enxerto, isoladamente, e considerando também a área do vinhedo como um todo. Diferenças significativas entre as zonas de manejo foram observadas quanto aos atributos químicos e físico-hídricos do solo, com maiores valores das frações granulométricas areia e argila, respectivamente, em Z2 e Z1, e maiores valores de umidade e susceptibilidade magnética do solo em Z2. Não ocorreram diferenças entre zonas de manejo quanto à abertura estomática nas folhas de videira. As videiras em Z2 apresentaram maiores valores de massa total de cachos por planta, massa média de cachos, acidez titulável e pH, enquanto as plantas em Z1 foram associada a maiores razão sólidos solúveis / acidez titulável, teor de ácido tartárico e atividade antioxidante. Os vinhos oriundos de uvas de cada zona de manejo foram diferenciados conforme a análise multivariada de suas características. A variabilidade espacial do vinhedo expressa por duas zonas de manejo tornou possível a implementação da colheita seletiva de uvas e elaboração de vinhos de inverno ‘Syrah’ com características distintas.