Reações adversas à medicamentos associadas à prescrição de medicamentos potencialmente inapropriadas em idosos: um estudo coorte

• Ano de defesa: 2019
• Autor(a) principal: Alves, Lilian Dias dos Santos
• Tipo de documento: Tese
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
• Palavras-chave em Português: Idoso; Medicamento Potencialmente Inapropriados; Reação Adversa à Medicamento; Adverse Drug Reaction; Elderly; Potentially Inappropriate Medications
• Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/181389

Introdução: A prescrição de Medicamentos Potencialmente Inapropriados (MPIs) é altamente prevalente em idosos e estes frequentemente estão associados à maior risco de interações medicamentosas, aumento das admissões hospitalares e Reações Adversas à Medicamentos (RAM), podendo ser prejudiciais à saúde do idoso. Objetivo: Analisar a prevalência de MPI em idosos em uma unidade de internação de hospital terciário e associação com a ocorrência de RAM durante a hospitalização. Material e Métodos: Trata-se de um estudo longitudinal, do tipo coorte, realizado em 2015 na Enfermaria da Clínica do HCFMB – UNESP com acompanhamento de 155 pacientes. Foram incluídos pacientes com 60 anos ou mais internados por condição clínica de ambos os sexos, e excluídos pacientes hospitalizados por um período inferior a 72 horas, e com internação prévia há menos de 30 dias. Foi utilizado como instrumento para identificar a associação entre o medicamento e a RAM o algorítimo de Naranjo, e utilizado os Critérios de Beers (2015) para categorizar os medicamentos como MPI. Resultados: Faziam uso contínuo de MPI antes da internação 113 (73,3%) idosos e receberam MPI durante a internação 139 (89,7%). Na análise multivariável observou-se associação de MPI na internação com uso de MPI antes da internação (RR=1,09; IC 95% = 0,00 – 0,57), Doença Arterial Coronariana (DAC) (RR = 1,39; IC 95% = 1,18 – 69,41) com p < 0,05. Identificou-se que 49 (36,1%) apresentam RAM, sendo no total 71 reações. Os principais medicamentos envolvidos com RAM foram a furosemida (10), enoxoparina (5) e haloperidol (4). Na análise multivariada observou-se associação entre ocorrência de RAM e prescrição médica de MPI durante a internação (RR= 1,26; IC 95%= 1,07 – 1,93), presença de polifarmácia antes da internação (RR= 2,72; IC 95% = 1,13 – 6,56 p = 0,025) e polifarmácia após a internação (RR=1,90; IC 95%= 1,00 – 7,87 p = 0,001) com p < 0,05. Discussão: Ao analisar RAM em pacientes idosos, é importante considerar que as evoluções fisiológicas do envelhecimento decorrentes da senescência, e o diagnóstico de doenças crônicas nestes pacientes, são fatores que estão diretamente relacionados com polifarmácia e o uso de MPI, e que podem gerar um aumento do risco para RAM. Conclusão: Observou-se incidência significativa de RAM entre os pacientes idosos avaliados, a qual pode ter um grande impacto na saúde destes indivíduos. Os fatores associados com RAM foram uso de MPI na internação e polifarmácia antes e durante a internação.