Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Botelho, Mayra Souza [UNESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://hdl.handle.net/11449/257234
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Resumo: |
Introdução: Diante das especulações quanto à eficácia da cloroquina (CQ) e da hidroxicloroquina (HCQ) para o manejo da COVID-19, surgiram incertezas quanto à real segurança dessas drogas na prática clínica. Objetivos: Os objetivos desta revisão sistemática foram avaliar a segurança da CQ e da HCQ a partir dos dados publicados e não publicados de ensaios clínicos randomizados (ECR) de indivíduos com COVID-19 ou outra condição clínica para qual essas medicações foram prescritas e avaliar a qualidade do relato dos eventos adversos (EA) reportados nos estudos incluídos. Métodos: Os desfechos primários foram as frequências de eventos adversos graves (EAGs), retinopatia e complicações cardíacas. As estratégias de busca foram aplicadas nas bases de dados MEDLINE, EMBASE, LILACS, CENTRAL, Scopus e Trip database. A pesquisa dos estudos não publicados foi realizada no Google Schollar, Web of Science CPCI-S, repositórios de teses e dissertações e sites de agências reguladoras. Foi utilizado um modelo de efeitos aleatórios para agrupar os resultados entre os estudos e o método de Peto para taxas de eventos abaixo de 1%. Estudos em que não houve eventos em ambos os braços, foram excluídos das meta-análises. A qualidade da evidência foi gerada de acordo com o sistema Grading of Recomendations Assessment, Development, and Evaluation (GRADE). A avaliação da qualidade do relato dos EA reportados teve como base os 10 itens da extensão do Consolidated Standards Reporting Trials (CONSORT). Resultados: Cento e seis ECRs foram incluídos. Não foi encontrada diferença significativa entre CQ/HCQ e controle (placebo ou não-CQ/HCQ) na frequência de EAGs (OR: 0,98, intervalo de confiança de 95% [IC]: 0,76–1,26, 33 estudos, 15.942 participantes, certeza moderada da evidência). No entanto, houve uma certeza moderada de evidência de que CQ/HCQ aumentam a incidência de complicações cardíacas (RR: 1,62, IC 95%: 1,10–2,38, 16 estudos, 9908 participantes). Não foi possível observar clara relação entre o uso de CQ/HCQ e retinopatia (OR: 1,63, IC 95%: - 0,4–6,57, 5 estudos, 344 participantes, certeza de evidência muito baixa). Apenas um estudo não publicado preencheu os critérios de elegibilidade, no qual não houve relato de EAGs, retinopatia ou complicações cardíacas. Quatro das recomendações da extensão do CONSORT não foram adequadamente reportadas pela maioiria dos estudos avaliados em COVID-19. Conclusões: CQ e HCQ provavelmente não aumentam EAGs, com baixa frequência desses eventos adversos nas condições avaliadas. No entanto, CQ e HCQ podem aumentar as complicações cardíacas, especialmente em pacientes com COVID-19. Não há efeito claro sobre o uso da CQ/HCQ quanto a incidência de retinopatia. É necessário reportar adequadamente os eventos adversos em ECRs para que haja uma avaliação mais precisa desses desfechos. |