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RESUMO: A Injúria Renal Aguda (IRA) é caracterizada por disfunção renal súbita e consequente aumento de produtos nitrogenados, desequilíbrio hidroeletrolítico e acidobásico. O idoso se apresenta como principal grupo etário acometido pela IRA por possuir diversos fatores de risco para o seu desenvolvimento como a nefroesclerose senil, a presença de comorbidades, o uso de medicamentos potencialmente nefrotóxicos e a susceptibilidade à sepse. São escassos os estudos que avaliaram a etiologia e prognóstico da IRA grave em pacientes idosos, principalmente naqueles com necessidade dialítica. Objetivo: Este estudo tem como objetivo principal descrever a etiologia da IRA grave (KDIGO 3) nos pacientes idosos hospitalizados e avaliar sua evolução, além de identificar fatores de risco para o óbito e para a necessidade de suporte renal agudo (SRA). Métodos: Foi realizado estudo observacional do tipo coorte de pacientes idosos hospitalizados no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu (HCFMB) e seguidos pelo serviço de Nefrologia com diagnóstico de IRA KDIGO 3 desenvolvida durante a internação. Foram excluídos pacientes com DRC avançada (Cl Cr<30 ml/min), transplantados renais e IRA à admissão hospitalar. Os dados foram obtidos por meio de consulta ao prontuário eletrônico desde a admissão hospitalar até o desfecho. Resultados: Dos 339 pacientes incluídos, 147 (43,4%) foram submetidos a suporte renal agudo (SRA) e a mortalidade geral foi de 70,7%. Quando os pacientes foram avaliados quanto à necessidade ou não de SRA, os grupos foram semelhantes quanto ao sexo, presença de comorbidades como hipertensão, diabetes mellitus, insuficiência cardíaca, hepatopatias, tabagismo, neoplasia e etiologias da IRA. Entretanto, diferiram quanto ao uso de droga vasoativa (DVA), uso de ventilação mecânica (VM), e óbito, sendo que o grupo de pacientes idosos dialisados apresentou maior necessidade de DVA, VM e óbito. Quando os pacientes foram avaliados quanto à evolução, os grupos foram semelhantes quanto ao sexo, hipertensão, diabetes mellitus, insuficiência cardíaca, tabagismo e neoplasia e diferiram quanto à presença de hepatopatia, uso de VM, etiologia da IRA e necessidade de SRA, sendo que o grupo de pacientes idosos que evoluiu a óbito apresentou maior necessidade de VM, maior prevalência de hepatopatia, maior etiologia de IRA isquêmica e séptica e maior necessidade de SRA. Conclusão: Os fatores associados à necessidade de SRA em pacientes idosos com IRA grave foram uso de DVA e VM, já os associados ao óbito foram a presença de hepatopatia, a etiologia isquêmica e séptica da IRA, o uso de VM e a necessidade de SRA. |
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