Costumbrismo, hispanismo e caráter nacional em Las mujeres españolas, portuguesas y americanas: imagens, textos e política nos anos 1870

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Ribeiro, Edméia [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/103144
Resumo: Esta tese procura refletir sobre a coleção Las Mujeres Españolas, Portuguesas y Americanas, publicação composta por três volumes de textos abordando espaços territoriais na Espanha, América e Portugal e por litografias – comercializadas em separado –, produzida no decorrer da década de 1870 na Espanha, e que fez uso da simbologia feminina para representar tais espaços. Essa obra constitui-se, ao mesmo tempo, em fonte e objeto desta pesquisa. Neste estudo, parte-se da hipótese de que essa coleção possui um sentido político e configura-se em produção material que constrói uma representação simbólica das características nacionais espanholas, elaborando um discurso sobre si, perceptível no conjunto de sua concepção, produção e composição. Foi produzida na segunda metade dos oitocentos, sob a raiz do movimento romântico e moldada pela estética costumbrista – gênero que se destacou por descrever tipos sociais, hábitos, costumes e tradições. Sobre a temática feminina, partiu-se do pressuposto de que imagens idealizadas de mulheres foram utilizadas para tocar os imaginários sociais pelo que representavam – amor, submissão, honra, fecundidade, educação, abnegação – e também como símbolos dos novos tipos sociais que surgiam em cena nos espaços nacionais que se configuravam perante as transformações européias. O hispanismo, discurso ideológico pautado nas experiências comuns e espírito espanhol, permeou toda a coleção, e este trabalho sustenta a hipótese de que não só referendou, mas construiu e disseminou esse ideário. Por fim, defendeu-se que tanto a linguagem textual como a iconográfica localizaram e salientaram elementos formadores das sociedades espanholas, revelando origens, tradição, peculiaridades e singularidades desses povos – sob o signo feminino – que remetiam à problemática do caráter nacional espanhol.