Caracterização da microbiota intestinal em pacientes com lúpus eritematoso sistêmico e correlação com a dieta

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Martins, Luisa Sales
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/235066
Resumo: Alterações na diversidade e função da microbiota intestinal, a chamada disbiose, pode causar ou contribuir para o desenvolvimento de doenças autoimunes. O objetivo geral deste trabalho foi caracterizar a microbiota intestinal de pacientes com lúpus eritematoso sistêmico (LES) e comparar com a microbiota intestinal de indivíduos sadios. Amostras de fezes foram utilizadas para a caracterização da microbiota intestinal por sequenciamento das regiões V3/V4 do 16S bacteriano e PCR em tempo real. As comparações entre a composição da microbiota intestinal entre pacientes com LES e controles foram realizadas utilizando o teste de Mann-Whitney. As correlações dos dados da microbiota com os dados demográficos, clínicos e hábitos alimentares foram realizadas pelo teste de Spearman. Valores de P<0,05 foram considerados estatisticamente significativos. O grupo de pacientes com LES foi constituído por 14 pacientes do sexo feminino, com idades entre 26 e 55 anos (média e desvio padrão = 45 ± 9,84). Em relação ao SLEDAI, 7,14% dos pacientes apresentam inatividade da doença; 7,14% atividade leve; 7,14% atividade moderada; 35,71% atividade alta; e 42,85% atividade muito alta. O grupo controle compreendeu vinte e oito pacientes do sexo feminino (93,33%) e dois pacientes do sexo masculino (6,67%), com idades entre 25 e 70 anos (51,8 ± 12,93). Nos resultados de sequenciamento genômico, observamos que os pacientes com LES apresentaram disbiose intestinal, visto pelas diferenças significativas nas análises de beta diversidade. Os gêneros Sphingomonas, Acidaminococcus, Enteobacter, Pelomonas, Veillonella, Parasutterella, Bilophila, Lachnospira e Odoribacter apresentaram abundância relativa significativamente aumentadas no LES. Os gêneros Blautia, Hespellia, Eubacterium e Butyvibrio encontram-se reduzidos no grupo LES. Por PCR em tempo real observamos que as unidades relativas de expressão dos gêneros Prevotella e Bacteroides estavam significativamente maiores no LES em relação aos controles. Ao contrário a abundância relativa de Bifidobacterium estava significativamente menor em pacientes com LES. Encontramos correlação inversa entre a abundância relativa de espécies do gênero Prevotella nas fezes dos pacientes com o SLEDAI e o SLEDAI-2K. A modulação da microbiota pode ser uma estratégia potencial para enfrentar as consequências sistêmicas da disbiose e controle do LES.