Empresas familiares e os processos sucessórios: compreendendo a dinâmica das transições

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Rezende Barbosa, Katia Cristina de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/190760
Resumo: Mais de 90% das empresas no Brasil são familiares, o que representa em média 75% da força de trabalho nacional. No entanto, de cada cem empreendimentos familiares abertos, somente trinta, em média, costumam sobreviver após o primeiro processo sucessório e apenas cinco alcançam a terceira geração. Embora a área de estudos sobre planejamentos de processos sucessórios esteja se expandindo no Brasil, grande parte das pesquisas ainda se restringe ao campo da Administração e dos Estudos Organizacionais. Nesse sentido, o objetivo geral deste trabalho é compreender as empresas familiares e como ocorrem os processos sucessórios, a partir das contribuições do campo da Psicologia. A partir de metodologia teórico-descritiva, optamos pela abordagem qualitativa de estudos de casos naturalísticos, cujo foco é partir do singular para o plural. Ao adotar um plano aberto e flexível, essa abordagem possibilita a interpretação de dados em razão dos contextos observados e nos permite colocar problematizações que se aplicam a outros cenários. Após extensa pesquisa bibliográfica e nos servindo de uma variedade de fontes de informações, selecionamos duas empresas com perfis distintos, que nos permitiram explorar as diferentes faces dos processos de sucessão em organizações familiares. Concluímos que o sucesso de uma transição passa pela força que possui a família para a concretização de um desejo coletivamente construído. Pensar a sucessão priorizando a óptica da Psicologia, portanto, implica dar destaque a figuras comumente ocultadas pela ortodoxia da governança corporativa. E esse trabalho envolve um esforço e compromisso em tornar, antes de tudo, as relações familiares mais flexíveis. Somente assim acreditamos ser possível alcançar resultados exitosos e plenos no âmbito das transições familiares. Ao Psicólogo, cabe trabalhar para que família e empresa se organizem em prol de uma unicidade grupal, com o reconhecimento de suas diferenças e semelhanças. É por isso que, diferentemente de abordagens mais pragmáticas e instrumentalistas, na escuta psicológica se prioriza a compreensão de fenômenos relacionados ao convívio familiar, aos padrões comportamentais diante do enfrentamento de problemas, às estruturas de poder e de influência, aos laços de identificação, de idealização, bem como à partilha dos obstáculos e dificuldades encontradas. Assim, é possível construir estratégias conjuntas para nutrir a coesão, o comprometimento e sensações de pertencimento no núcleo das famílias. Além disso, compete também ao Psicólogo o trabalho de preservação e resgate das raízes e tradições familiares, ao mesmo tempo em que se abrem espaços para a criação de comportamentos e estruturas decisórias mais flexíveis, que sejam capazes de se reinventar e se adaptar às novas demandas do mercado. O histórico e a coesão familiar, nesse sentido, assentam-se como quadros de referências essenciais para as condutas das gerações futuras e para a perpetuação dos vínculos familiares.