Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Casa Grande Junior, Dirceu |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/190726
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Resumo: |
A tese da política de erradicação dos militares pelas elites civis foi elaborada pelo sociólogo mineiro Edmundo Campos Coelho (1939-2001), em seu livro Em busca da identidade: o Exército e a política na sociedade brasileira, publicado originalmente em 1976 e reeditado no ano 2000. Em sua obra, o autor descreveu a trajetória histórica do Exército brasileiro desde a Independência até a Revolução de 1930 para analisar o protagonismo político dos militares e as intervenções armadas na política. A perspectiva de Coelho está baseada no conceito de erradicação, análogo ao desenvolvido pelo cientista político norte-americano, Samuel Huntington, no livro, O soldado e o Estado (1957). Este último, afirmou que, nos Estados Unidos, a impregnabilidade liberal e a Constituição conservadora contribuíram para a neutralização dos militares e do Exército profissional, afastando-os da cena política desde a Revolução até a Segunda Guerra Mundial. Segundo Coelho, o que Huntington chamou de erradicação descreve com propriedade as atitudes básicas e o comportamento da elite política civil em relação ao Exército, manifestando-se nos modos particularmente violentos de neutralização das forças militares regulares no Primeiro Reinado até modalidades mais prudentes, ou dissimuladas, de marginalização e alijamento na República Velha, como, por exemplo, a cooptação política das lideranças militares. Nossa tese contesta frontalmente a hipótese erradicadora. A partir da crítica teórica e historiográfica da tese da política de erradicação e da análise dos debates parlamentares do Primeiro Reinado, propomos uma nova interpretação para o estudo das relações entre civis e militares e do Exército e a política no Brasil Império, com base em três eixos explicativos: (1) a beligerância política e os ritos da conflagração, (2) as guerras e (3) a expansão dos círculos de atribuições dos militares e a negociação das adesões. É a partir dessas três dimensões que compreendemos a política imperial para afirmar que o Exército e os militares ocuparam posições centrais e contribuíram de modo singular para a Independência e a consolidação do Império no contexto de formação do Estado brasileiro, entre 1821 e 1824. Para fundamentar nossas proposições, baseamo-nos na historiografia sobre o período e a análise de documentos como as Atas do Conselho de Estado, os Diários da Assembleia Geral Constituinte de 1823, as Falas do Trono e as Leis e Decisões do Império. |