Efeitos tóxicos do ferro sobre a capacidade ionorregulatória de robalos-peva (Centropomus parallelus) em diferentes salinidades

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Bellezi, Larissa
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/193815
Resumo: Após o desastre ambiental que ocorreu em novembro de 2015 provocado pelo rompimento da barragem de Fundão em MG, concentrações de ferro (Fe) em desacordo com o limite máximo estabelecido para águas de classe 2 pela resolução CONAMA 357 (i.e. 0,3 mg/L) vem sendo frequentemente reportadas na foz do Rio Doce/ES. Diversos estudos têm evidenciado uma forte influência da salinidade sobre a toxicidade de metais, como o cobre, zinco e cádmio e, além disso, os mecanismos de ação tóxica do ferro nos peixes ainda não são inteiramente compreendidos. Tendo em vista que as espécies eurialinas, como o robalo peva (Centropomus parallelus), encontram-se sob constante pressão no meio natural para realização de ajustes osmorregulatórios durante a sua movimentação em ambientes estuarinos, a presente proposta visou verificar a influência da salinidade nos efeitos tóxicos do ferro sobre a capacidade osmo- ionoregulatória de jovens de C. parallelus. Na primeira série experimental os jovens de C. parallelus foram aclimatados na salinidade 15‰ e, posteriormente, submetidos ao choque osmótico por meio da transferência direta para água do mar diluída para salinidade 5‰ e água doce (i.e. 0‰) por 24 h, na presença e ausência de 1,0 mg/L de ferro total. Na segunda série, os animais foram aclimatados por 10 dias às três salinidades selecionadas (i.e. 15‰, 5‰ e 0‰) e expostos por 24 h à concentração de 1,0mg/L de ferro total, além dos grupos controle. Ao final do experimento amostras de sangue foram coletadas para a determinação das concentrações de Na+, Cl-, glicose e proteínas plasmáticas, amostras das brânquias foram retiradas para a determinação da atividade das principais enzimas ionoregulatórias (i.e. Na+/K+-ATPase, H+-ATPase e anidrase carbônica) e amostras de água foram retiradas para verificação das taxas de excreção de amônia. Nossos resultados corroboram achados anteriores sobre a grande capacidade osmorregulatória da espécie; contudo, distúrbios foram associados a exposição ao ferro principalmente em água doce. Aumentos significativos de Na+ e Cl- plasmáticos foram verificados nos animais expostos ao ferro durante o período adaptativo à água doce, mas que não foi associado à alteração na atividade das enzimas ionoregulatórias nas brânquias. Já no período regulatório, a inibição na atividade das enzimas Na+/K+-ATPase, anidrase carbônica e H+-ATPase (apenas em 0‰) foi relacionada à redução dos níveis plasmáticos de Na+ e Cl-. Apesar das diferenciadas respostas fisológicas desencadeadas em função da exposição ao metal frente a choque/aclimatação a salinidades reduzidas, nossos resultados apontam que a exposição ao ferro pode resultar em desequilíbrios iônicos e osmóticos na espécie.