Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Melo, José Radamés Benevides de [UNESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/150922
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Resumo: |
Diário do hospício e O cemitério dos vivos são textos escritos por Lima Barreto durante sua segunda internação no Hospício Nacional de Alienados, e a partir dela, no Rio de Janeiro, entre 25 de dezembro de 1919 e 2 de fevereiro de 1920. O primeiro é tido como anotações para a elaboração do segundo, um romance inacabado, cujo processo de produção foi interrompido pela morte do autor (1/11/1922). O objetivo geral desta pesquisa é analisar a constituição de vozes sociais sobre a loucura e a psiquiatria – por meio das relações dialógicas, do discurso bivocal (polêmicas aberta e velada) e do autor – no diálogo entre Diário do hospício, O cemitério dos vivos, de Lima Barreto, outros enunciados e outras vozes sociais. Os objetivos específicos são: 1) identificar as vozes sociais com as quais dialoga Lima Barreto no processo de constituição dos enunciados que integram o corpus de pesquisa e descrever como se estabelece o diálogo entre esses enunciados limabarretianos; 2) examinar a bivocalidade polêmica no diálogo entre Diário do hospício e O cemitério dos vivos, no que diz respeito: i) à polêmica aberta estabelecida entre esses enunciados e os discursos da ciência psiquiátrica de sua época; e ii) à polêmica velada entre a fala limabarretiana e outras falas literárias do início do século XX; 3) perscrutar, ao compreendermos o autor como posição de autor, autor-criador/atividade de autor, autor puro e posicionamento de autor, os movimentos desses diálogos no processo de constituição autoral e das diversas vozes sociais sobre a loucura e a psiquiatria, no diálogo dos enunciados objetos deste estudo. Esta pesquisa está fundamentada nos pressupostos teórico-metodológicos propostos e desenvolvidos pelo Círculo de Bakhtin, Medviédev e Volochínov e nos desdobramentos teórico-metodológicos que a eles se coadunam. Os resultados mostram que a constituição das vozes sociais sobre a loucura e a psiquiatria no diálogo entre Diário do hospício, O cemitério dos vivos, outros enunciados e outras vozes sociais se dá por meio de alguns processos complexos como a autoria e a polêmica. Isso quer dizer que a constituição dessas vozes sociais é mediada pelo processo de autoria, cujas quatro dimensões (auto puro, autor criador, posição de autor e posicionamento autoral) exercem papel fundamental. Além disso, como a autoria, nesses enunciados, se dá de modo significativo por meio da bivocalidade polêmica, entende-se que as polêmicas aberta e velada são partes constitutivas do processo de formação dessas duas vozes sociais. Mas não é só isso, falar em autoria e em bivocalidade polêmica como processos constituidores de vozes sociais é tocar, necessariamente, na questão da atividade humana e de seus vínculos com a linguagem. A constituição dessas duas vozes mobiliza ainda duas esferas de criação ideológica, a literária e a psiquiátrica. Na relação com as esferas, o posicionamento de autor é construído num movimento direcionado para o interior da própria esfera literária e num movimento direcionado para uma outra esfera, a psiquiátrica. |