A formação de professores de línguas em Teletandem: espaços para a reflexão do mediador em uma Comunidade de Prática

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Moraes, Ana Luiza Guisso de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/244199
Resumo: A presente pesquisa se insere no contexto do projeto “Teletandem Brasil: Línguas estrangeiras para todos” (TELLES; VASSALLO, 2006), em que falantes nativos ou proficientes de línguas estrangeiras distintas interagem regularmente por meio de recursos digitais de comunicação síncrona, a fim de ensinarem e aprenderem a língua um do outro, de forma que a parceria dos interagentes é guiada pelos princípios de igualdade, autonomia e reciprocidade (SALOMÃO; SILVA; DANIEL, 2009). Após a interação entre os aprendizes, ocorrem as sessões de mediação (VYGOTSKY, 2000; 2007), em que a partir de pressupostos vygotskianos, o mediador oferece auxílios aos pares menos competentes, promovendo espaços para a reflexão dos interagentes a respeito da própria prática (SALOMÃO, 2008). Tendo em vista que as mediações na Unesp de Araraquara são conduzidas por alunos de graduação em Letras e pós-graduação em Linguística (EVANGELISTA; SALOMÃO, 2019), o contexto do Teletandem coloca-se como propício para a formação de professores de línguas (VIEIRA-ABRAHÃO, 2010). Desta forma, a partir da atuação dos mediadores/professores em formação neste ambiente telecolaborativo, propôs-se a criação e desenvolvimento de uma Comunidade de Prática (LAVE; WENGER, 1991; WENGER, 1998; WENGER; MCDERMOTT; SNYDER, 2002) de Teletandem (CdPT), visando investigar de que forma as interações entre os mediadores neste ambiente podem favorecer suas reflexões a respeito da prática mediadora e contribuir para sua formação como professores de línguas. Para isso, optou-se por uma metodologia qualitativa, de cunho interpretativista e base etnográfica (ANDRÉ, 1995; DÖRNYEI, 2007). Os dados coletados durante o segundo semestre de 2021, por instrumentos como questionário inicial, dinâmicas assíncronas e gravação das dinâmicas síncronas da CdPT, notas de campos e um questionário final com cada participante de pesquisa foram triangulados (BOGDAN; BIKLEN, 2006; MCDONOUGH; MCDONOUGH, 1997). Com os resultados obtidos, a partir de uma análise temática dedutiva (DÖRNYEI, 2007), foi possível compreender de que modo a CdPT se configurou a partir de pressupostos teóricos relativos ao conceito de Comunidades de Prática. Observaram-se as estruturas básicas de: a) domínio de conhecimento, que corresponde ao contexto de ensino e aprendizagem de línguas em Teletandem; b) comunidade composta pelos mediadores e professores de línguas em formação; e c) prática compartilhada relativa a atitudes e estratégias para a condução das mediações e atividades do Teletandem Araraquara. Ainda, os dados mostraram que o ambiente telecolaborativo, através da CdPT, permitiu reflexões a respeito do papel exercido pelo mediador e colaborou para a formação inicial de professores de línguas, a partir de uma perspectiva sociocultural (JOHNSON, 2009; JOHNSON; GOLOMBEK, 2011, 2016, 2018, 2020) e também reflexiva (SCHÖN, 1987, 2000; VAN MANEN, 1977), de modo a propiciar adaptações no projeto, como a reelaboração de ferramentas e reestruturação das sessões, principalmente no contexto on-line. A prática social desenvolvida neste espaço da CdPT permitiu que os mediadores pudessem atuar também como formadores de professores, por meio de um processo de mediação dialógica, em que scaffoldings (andaimes) foram oferecidos uns aos outros.