Filosofia no Ensino Médio: o que pensam os professores

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Fagundes, Katherine Cortiana [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/180330
Resumo: RESUMO Foi com a proclamação da república que o ensino de filosofia começou a sofrer com períodos marcados por oscilações: ora sua presença se faz garantida e ora se faz indefinida, culminando com sua total retirada com o golpe civil militar, prejudicando assim a construção de sua identidade e do seu papel enquanto disciplina. Em 2008, com a lei n. 11.684 de autoria do deputado federal Ribamar Alves (PSB-MA), a Filosofia volta efetivamente e obrigatoriamente (fato inédito desde o período colonial) a compor o currículo do Ensino Médio. No entanto, em 16 de fevereiro de 2017 foi aprovada e sancionada pelo então presidente golpista Michel Temer a Lei n. 13.145, que propõe a reestruturação do Ensino Médio. Tal lei, não apresenta clareza em relação à maneira que deverá se estruturar o ensino de filosofia: se será oferecido em uma disciplina específica, como vem acontecendo; se a filosofia será trabalhada em outras áreas, a partir de temas transversais; ou de outras maneiras. Além disso, a lei não especifica se a filosofia enquanto disciplina será ofertada em todos os anos do Ensino Médio; deste modo, o risco da sua exclusão dos currículos é iminente. Portanto, faz-se necessário e urgente pensarmos este momento, não só como um período marcado por possíveis retrocessos, mas como uma oportunidade de refletirmos sobre algumas possibilidades de atualizar e melhorar as propostas educacionais voltadas ao ensino de filosofia. Desse modo, nosso objetivo nesta pesquisa foi o de investigar a concepção de ensino de filosofia dos professores de filosofia do nível médio, a fim de compreender quais são as finalidades que estes concebem à sua prática, ou seja, para que, ensinam filosofia: pela utilidade ou pelo sentido? Para nós, a resposta ao para quê do ensino de filosofia está na sua potencialidade em possibilitar a experiência de pensamento, destarte, nossa tese é a de que o professor de filosofia precisa ele mesmo ter a disponibilidade em experienciar o pensamento, perguntando, questionando e problematizando o seu ofício. O nosso referencial teórico para pensarmos o conceito de formação está na escola de Frankfurt, especificamente, nos textos de Theodor W. Adorno sobre Indústria Cultural, educação, formação e semiformação. As discussões relacionadas à filosofia, o ensino de filosofia e ao aprender e ensinar filosofia foram desenvolvidas a partir das reflexões de Dalton José Alves, Walter Omar Kohan, Jacques Rancière, Sílvio Gallo, Gilles Deleuze e Félix Guattari, Walter Benjamin, Jorge Larrosa, Paula Ramos de Oliveira, Tiago Brentam Perencini e Rodrigo Pelloso Gelamo. Os dados empíricos foram coletados através da realização de entrevistas com professores de filosofia do 1° ao 3° anos do Ensino Médio das escolas públicas da cidade de Pirassununga/SP. Nossa conclusão é a de que os professores de filosofia entrevistados acreditam na potencialidade do ensino de filosofia enquanto contribuição para a formação de sujeitos críticos, criativos e autônomos, desse modo, a hipótese defendida nesta pesquisa, ou seja, a de que os professores não se sentem confiantes e seguros em relação ao por quê ensinar filosofia, não foi confirmada.