Influência do tipo e do manejo da matriz sobre a diversidade de insetos e suas respostas ao efeito de borda

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Ribeiro, Felipe Martello [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/148786
Resumo: A fragmentação atualmente é uma das maiores ameaças a biodiversidade, reduzindo a quantidade de habitat nativo, dividindo o habitat nativo em fragmentos pequenos e isolados. Apesar de boa parte de estratégias de conservação focarem preferencialmente nos remanescentes das áreas nativas, esta prática ignora a relevância que ambientes antrópicos (matrizes) podem têm para biodiversidade: tipos diferentes de matriz diferentemente os movimentos de organismos entre remanescentes de habitat nativo; provêm certa quantidade de recurso que é utilizada por algumas espécies, assim como criam diferentes áreas de transição com os remanescentes (bordas) que influenciam na biodiversidade encontrada nessas áreas. Nesta tese estudei como matrizes diferentes afetam a diversidade de besouros escarabeídeos e de formigas, dois grupos de insetos com alta biodiversidade, considerados importantes bioindicadores ambientais por serem sensíveis à alterações ambientais, essenciais em diversos processos ecológicos e por representarem eficientemente a resposta de outro organismos à tais alterações. Nos primeiros dois capítulos foquei em entender como os besouros e formigas respondiam à distância de borda em bordas compostas por cerrado e diferentes tipos de matrizes. Como resultados encontrei que a biodiversidade de ambos insetos foi afetada pelo tipo de ambiente que se encontravam (cerrado ou matriz), porém nem sempre suas respostas evidenciaram o efeito de borda. No caso das formigas, pude constatar que o tipo de resposta que as comunidades mostraram foi influenciada pelo tipo de matriz que compunha a borda, sugerindo que a resposta que os organismos têm á borda é dependente dos ambientes que a compõe. No terceiro capítulo procurei mostrar que mesmo ambientes que podem ser considerados como a mesma matriz, nesse caso eucalipto, podem afetar de forma diferente a biodiversidade. Utilizando a riqueza de espécies e medidas de diversidade funcional, descobri que comunidades de formigas em áreas de eucalipto abandonadas por 28 anos tinham a mesma riqueza que comunidades localizadas em mata atlântica nativa, porém uma menor riqueza funcional. Além disso, tais comunidades eram mais similares à aquelas localizadas em plantações de eucalipto manejadas do que as comunidades na mata atlântica. De forma geral, procuro discutir a relevância de se considerar paisagens como ambientes heterogêneos tanto em estudos de fragmentação como em estratégias de manejo, visto que ambientes aparentemente iguais (bordas de cerrado e plantações de eucalipto) podem afetar de forma diferente os organismos.