Influência do bloqueio do receptor at1 sobre os colágenos I e III miocárdico de ratos obesos por dieta hiperlipídica saturada

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Silva-Bertani, Danielle Cristina Tomaz da [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/146697
Resumo: A obesidade se associa a inúmeros distúrbios modulados pelo sistema renina angiotensina (SRA) e embora exista uma extensa literatura mostrando a relação entre a angiotensina II e o metabolismo do colágeno miocárdico, não encontramos informações relacionando obesidade por dieta hiperlipídica, saturada, colágenos tipos I e III miocárdico e angiotensina-II. Em razão desta constatação e da associação deletéria entre ácidos graxos saturados e sistema cardiovascular, a proposta deste estudo foi testar a hipótese que a obesidade por dieta hiperlipídica saturada, aumenta os colágenos I e III cardíaco via ativação do receptor AT1 do SRA oriundo do excesso de tecido adiposo. Ratos Wistar machos, com 30 dias, foram randomizados em dois grupos: controle(C; n=30) e obeso (Ob; n=30). Os ratos C receberam dieta normolipídica (DN) e os Ob, dieta hiperlipídica (DH), ambas ricas em ácidos graxos saturados por 30 semanas. Após esse período de intervenção dietética, cada grupo foi randomizado em dois subgrupos: DN e DN+Losartan(Los); DH e DH+Los; os subgrupos DN e DH continuaram recebendo as respectivas dietas durante mais 5 semanas e os grupamentos DN+Los e DH+Los, além do suporte nutricional, foram tratados com losartan, um fármaco antagonista de receptores AT1 na dosagem diária de 30 mg/Kg de massa corporal, portanto, o período total do experimento foi de 35 semanas. Foram avaliados os perfis nutricionais e metabólicos. A avaliação cardíaca foi realizada post mortem por análise macroscópica e molecular, esta última através dos níveis proteicos dos colágenos tipos I e III,inibidores teciduais de MMPs (TIMPs) 1 e 2; e receptor AT1,da concentração da angiotensina II, fator de transformação do crescimento beta (TGF-β) e da atividade da metaloproteinase (MMP)-2 e da enzima conversora de angiotensina II (ECA). Também foi analisado a angiotensina II e a atividade da ECA circulante e do tecido adiposo visceral. Os resultados foram analisados por meio de ANOVA e teste de Tukey (p<0,05). A obesidade acarretou aumento no peso corporal final, gordura corporal total e índice de adiposidade. Foram visualizadas algumas comorbidades, como hipertensão arterial sistólica,menor tolerância à glicose, resistência insulínica, hiperinsulinemia e hiperleptinemia,as quais foram minimizadas por meio do bloqueio do losartan. Em relação à avaliação cardíaca, a obesidade aumentou os níveis proteicos do receptor AT1, porém, não alterou a angiotensina II e a atividade da ECA. A administração de losartan nos grupos C e Ob ocasionou diminuição no receptor AT1em relação aos grupos não tratados, entretanto, ocorreu o oposto na angiotensina II e na ECA em ambos os grupos; os animais Ob+Los apresentaram maiores níveis proteicos de receptor AT1 em relação aos C+Los. A obesidade não acarretou efeitos pressóricos significativos na 30ª semana; porém, na 35ª semana, o grupo Ob apresentou aumento da pressão arterial e da expressão proteica dos colágenos tipo I e III, os quais foram amortizados pelo losartan. O TGF-β, os TIMPs 1 e 2 foram maiores no grupo Ob, porém, a atividade da MMP-2 foi menor nesses animais. O fármaco acarretou aumento dos TIMPs e diminuição na MMP-2 nos animais Ob em relação aos C. A obesidade acarretou aumento da concentração da Ang-II e da atividade da ECA plasmática e do tecido adiposo visceral; a administração de losartan no grupo Ob ocasionou redução nessas variáveis plasmática em relação ao grupo Ob não tratado. Com o losartan, a angiotensina II visceral mostrou-se reduzida em ambos os grupos, porém, a atividade da ECA foi reduzida apenas nos animais obesos. Em conclusão, a obesidade por dieta hiperlipídica saturada aumenta os colágenos I e III cardíaco, via receptor AT1, consequente à elevação da angiotensina II circulante, proveniente do excesso de secreção pelo tecido adiposo visceral.