Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Soares Lima, Hellen Maria |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/151264
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Resumo: |
As abelhas Apis mellifera são importantes polinizadores de plantas nativas ou cultivadas, porém o contato com os agroecossistemas pode expor esses insetos à substâncias tóxicas, como o inseticida imidacloprido. A sistemicidade desse composto pode levar a contaminação não só das abelhas forrageiras, mas também dos outros indivíduos da colônia, inclusive, das larvas por meio do consumo de pólen e néctar contendo resíduos de imidacloprido. Assim, a primeira etapa desse trabalho determinou a toxicidade do imidacloprido para larvas e abelhas adultas do híbrido A. mellifera africanizada. Os resultados mostraram que as larvas são mais tolerantes ao imidacloprido do que as abelhas recém-emergidas e que alterações no desenvolvimento larval só foram observadas em concentração oito vezes maior do que a concentração letal média estabelecida para as abelhas adultas. Visto que não só os inseticidas, como também as parasitoses, como a nosemose, podem enfraquecer as colônias e comprometer a viabilidade destas, este trabalho visou avaliar, ainda, os efeitos da exposição de operárias de A. mellifera africanizada ao inseticida imidacloprido e/ou da infecção das abelhas por Nosema ceranae e compreender como esses fatores atuam isolados e em conjunto sobre o organismo desses insetos. A sobrevivência das abelhas diminuiu quando estas foram expostas ao inseticida e/ou infectadas pelo parasita, sendo que a combinação destes dois estressores comprometeu ainda mais a longevidade delas. Tanto a N. ceranae quanto o imidacloprido, isolados ou em combinação levaram às células do intestino médio das abelhas ao estresse, evidenciado pela imunomarcação da chaperona HSP 70 e a morte celular, provavelmente por macroautofagia, indicada pela intensa vacuolização e pela diminuição na expressão gênica da caspase-3. No intestino, a atividade tecidual da glutationa-S-transferase não foi afetada, provavelmente, devido aos danos encontrados no epitélio que afetaram as funções de metabolização e biotransformação. Uma vez com o intestino comprometido, uma maior quantidade do inseticida poderia ter atingido a hemolinfa, levando as células dos túbulos de Malpighi, órgão responsável pela excreção de substâncias tóxicas do organismo, à morte celular. No cérebro, o inseticida alterou a atividade sináptica dos corpos pedunculados, conforme demonstrado pela imunomarcação da sinapsina, causou estresse celular e aumento de células gliais, que podem indicar injúria do tecido nervoso. A ação neurotóxica do inseticida provocou, ainda, aumento da atividade tecidual das enzimas acetilcolinesterase e carboxilesterase na cabeça das abelhas. A atividade sináptica alterada e o aumento do estresse celular nos corpos pedunculados foram observados também nas abelhas infectadas apenas por N. ceranae, indicando resposta ao parasitismo. Adicionalmente, a combinação patógeno-inseticida e os estressores, quando isolados, causaram imunossupressão, diminuindo o número de hemócitos circulantes na hemolinfa e transcrição de genes relacionados a resposta imune individual e social. A partir dos resultados deste trabalho, concluiu-se que a combinação entre N. ceranae e concentrações residuais do imidacloprido afetou a sobrevivência das abelhas não só pela ação do inseticida em seu órgão alvo, o cérebro, mas, também, pelo comprometimento das funções digestórias e excretoras e pela diminuição da imunidade das abelhas. |