Um “depoimento sócio-histórico-lítero-pornô”: relações dialógicas, carnavalização e corpo grotesco em A casa dos budas ditosos, de João Ubaldo Ribeiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Pugina, Rosana Letícia [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/193152
Resumo: À luz das reflexões bakhtinianas, o tema deste trabalho é o estudo dos conceitos de dialogismo, gêneros discursivos, grande tempo, ato responsivo, carnavalização e estética do corpo grotesco no romance A casa dos budas ditosos (1999), de João Ubaldo Ribeiro (1941-2014), pertencente à coleção “Plenos pecados”, da Editora Objetiva, da qual figura como o volume dedicado à luxúria. O romance brasileiro A casa dos budas ditosos tem como núcleo o relato, em forma de monólogo autobiográfico, das aventuras sexuais de uma mulher que sempre viveu intensamente as infinitas possibilidades do sexo, por meio da experimentação de todas as formas de prazer, sem indícios de culpa e sem censura. CLB, personagem-protagonista do romance ubaldiano, nega tudo: é a encarnação “ao avesso” do mundo das possibilidades humanas limitadas e do exercício das funções e das interdições socialmente sacramentadas. O objetivo geral da pesquisa é verificar a axiologia que preside o romance estudado quanto à presença do cânone libertino francês na sua composição. Têm-se, como objetivos específicos, 1) compreender como se dão as relações dialógicas na obra ubaldiana, com ênfase na dialogia que estabelece com outras obras literárias, tais como As ligações perigosas, de Laclos (1980 [1782]), e A filosofia na alcova, do Marquês de Sade (1988 [1795]), ambas pertencentes ao cânone libertino francês; 2) refletir sobre o jogo autoral proposto por Ubaldo Ribeiro (1999) por meio de uma “nota” prefacial; 3) observar os conceitos de pornografia e obscenidade na obra; 4) estudar o viés carnavalizado, com base na estética do corpo grotesco, presente no romance brasileiro, sobretudo com referência à superexposição do corpo e do ato sexual. A metodologia do trabalho quanto à abordagem é exploratória, qualitativa e de cunho bibliográfico. Espera-se, como resultado, ter analisado profundamente o romance, especialmente a protagonista, CLB, sob o arcabouço teórico proposto para que seja demonstrada a sua tendência singular de anarquizar o discurso e ver, com olhar crítico, os usos e os costumes da sociedade: subversão e carnavalização são elementos constitutivos da personagem, que vive e propõe a vida saturada por uma liberdade sexual plena.