ESTRATÉGIAS RETÓRICAS NA CONSTRUÇÃO DO DISCURSO EROGRÁFICO EM A CASA DOS BUDAS DITOSOS: PROCEDIMENTOS E IMPLICAÇÕES

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Cruz, Micheli Bispo Amorim
Orientador(a): Rossoni, Igor
Banca de defesa: Santana, Carla Patrícia Bispo de, Araújo, Noélia Borges de
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto de Letras
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Literatura e Cultura
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/26338
Resumo: A presente dissertação centra-se na análise de alguns dos diversos recursos retóricos do romance A casa dos budas ditosos (1999), com o objetivo de examinar as escolhas de determinadas estratégias enunciativas do escritor João Ubaldo Ribeiro, para compor subjacente discurso erográfico no tratamento do tema da luxúria: questão fulcral abordada no texto. Situado no filão da Teoria Literária e caracterizado em nível de pesquisa aplicada, o estudo focaliza a leitura hermenêutica da criação literária, a fim de comprovar o engajamento artístico como instrumento de combate às interdições elaboradas pela moral sexual repressiva, imputada pela normatividade da ideologia burguesa brasileira. Os resultados da leitura científica obtidos certificam complexo manejo na aplicação de elementos narrativos, manipulados deliberadamente para elucidar a postura transgressiva do artista, no trato com as polêmicas questões sexuais. Neste sentido, a excentricidade aplicada à ficção funciona como poderoso procedimento metalinguístico de orientação da postura leitora necessária à decifração da diegese. A pesquisa divide-se em três segmentos, preocupados respectivamente em: levantar marcos referenciais de abordagem dos temas ligados à sexualidade, bem como das realtivas proibições que derivam; investigar alguns elementos que demonstram engenhosa elaboração do discurso combativo – implícito na sofisticada trama narrativa – como manifesto da potencial renitência ubaldiana, diante da consciente força opressora que agencia estratégias de controle social frente à liberdade sexual na contemporaneidade e, por fim; perscrutar o jogo de vozes atinentes à autoria e à narração, articulados no texto.