O ponto de vista em semiótica: fundamentos teóricos e ensaio de aplicação em A hora da estrela

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Prado, Maria Goreti Silva [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/93875
Resumo: Esta dissertação tem como objetivo historiar e definir a noção de ponto de vista em semiótica, de seu surgimento na teoria literária e de seu emprego na semiótica padrão até a sua redefinição no quadro teórico da semiótica tensiva. Em suas primeiras formulações, a semiótica discursiva definiu a noção de ponto de vista como um conjunto de procedimentos discursivos utilizados pelo enunciador, por intermédio do actante observador, com o intuito de diversificar a leitura que o enunciatário faz do enunciado. Segundo essa concepção, o actante observador seria classificado de acordo os traços acumulativos dos mecanismos de debreagem e de embreagem. Posteriormente, ao incorporar o elemento perceptivo ao seu quadro epistemológico, a teoria semiótica redefiniu a noção de ponto de vista, concebendo-a como uma relação entre o sujeito perceptivo e o objeto percebido, no âmbito de um campo de presença ou campo posicional. Dessa forma, o estudo do ponto de vista em semiótica configurou-se na investigação do efeito de sentido resultante da mudança de uma situação perceptiva a outra; e a classificação do actante observador passou a fundamentar-se no estudo da interação entre os actantes posicionais fonte, alvo e controle. Servindo-nos desse instrumental teórico e considerando que o ponto de vista é fundamental na apreensão da singularidade da enunciação, nesta dissertação procedemos à análise da construção do ponto de vista em A hora da estrela, de Clarice Lispector, com o objetivo de demonstrar o domínio de aplicação dessa noção. Para tanto, realizamos a segmentação da obra em duas narrativas – uma referente ao universo discursivo do ator Rodrigo S. M., e a outra, ao do ator Macabéa –, que foram analisadas sob a luz do conceito de campo de presença, a fim de se verificar qual a tipologia tensiva do sujeito responsável pela organização...