A hora da estrela de Lispector e Amaral: um stellarium intermidiático.
Ano de defesa: | 2020 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Letras Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Letras |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/18892 |
Resumo: | A partir da leitura de A hora da estrela (LISPECTOR, 1977), este estudo representa o propósito de entender o universo da novela em foco, em diálogo com o filme homônimo (AMARAL, 1985). Tal proposta implica minuciosa busca em torno de Clarice escrevendo Rodrigo SM escrevendo Macabéa, três personagens encadeados numa narrativa tridimensional, cujo enunciado evoca não apenas o nosso pensamento sobre eles, mas uma tentativa de construir reflexões deles sobre si mesmos – tanto no livro quanto no filme, modalizadas as diferentes mídias. Nosso olhar volta-se para analisar as possibilidades interpretativas promovidas pelo texto cinematográfico, o que inclui a leitura fílmica dos sentimentos de desequilíbrio e perda por parte do narrador, da sensação de desconcerto do leitor ante o desconcerto da própria Macabéa, confrontando o leitor/espectador com o tratamento dado pela narrativa cinematográfica ao que seria a qualidade do texto literário e a sua superioridade sobre o filme. Esta etapa prepara a posterior: examinar o diálogo do texto literário citado com o filme homônimo de Suzana Amaral (1985), para estudar a migração da palavra à tela, sempre buscando relacionar as diferentes linguagens e os distintos suportes em foco. Vimos buscando, por um viés comparativista (CARVALHAL, 2000), uma relação entre as linguagens e suportes analisados, para tentar entender como as diferentes condições de produção e estratégias utilizadas na transposição midiática permitem ao filme lançar um olhar iluminador sobre a novela de Clarice. Esta interrelação tem por finalidade apresentar outra visão sobre os pares literatura/cinema, leitor/espectador acerca de vários estigmas de leitura, dentre eles a necessária fidelidade da leitura fílmica (texto-derivado) ao texto literário (texto-fonte). Na interface de ambas as narrativas, desenvolvemos a análise comparativa entre as narrativas literária e fílmica como obras que se iluminam mutuamente (RIBAS, 2014; 2016), utilizando os estudos de adaptação de textos literários (HUTCHEON, 2013) e tendo como fio condutor os estudos sobre Intermidialidade (RAJEWSKY, 2012) e (CLÜVER, 2007), mais precisamente a subcategoria que trata da passagem do livro à tela. É nesse caminho, portanto, que traremos à tona possibilidades interpretativas, nessas inúmeras vozes advindas desse diálogo multimidiático, em que investigamos a narrativa em suas múltiplas referências e configurações. Esperamos que, com o desenvolvimento desse estudo, possamos compreender o novo produto construído a partir desse diálogo, não apenas rastreando semelhanças e diferenças entre ambas as mídias, mas compreendendo o tratamento encaminhado no processo de transposição midiática. |