A leitura dos/nos documentos oficiais do curso de letras da UFAC

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Pereira, Ceildes da Silva
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/182061
Resumo: Nesta pesquisa, propomos analisar, a partir dos pressupostos teórico-metodológicos da Análise do Discurso de linha francesa (AD) e dos Novos Estudos do Letramento (NEL), os discursos sobre leitura que emergem dos Planos de Curso de Letras/Português da Universidade Federal do Acre (UFAC). De modo geral, temos o objetivo de entender como as noções de leitura são discursivizadas nesses documentos oficiais que compreendem as décadas de 70, 80, 90 e 2000. De modo específico, buscamos: (i) analisar o modo como os fatores ideológicos e institucionais regulam as possiblidades de leitura dos/nos Planos de Curso; (ii) mostrar as formações imaginárias que atravessam esses documentos; (iii) investigar os efeitos da discursivização sobre leitura e sujeito-leitor dos/nos documentos. Partimos do pressuposto de que a universidade, desde a sua fundação, vem atuando, majoritariamente, sob a égide do letramento autônomo, restringindo, dessa forma, o modo de compreender a leitura. Nossa hipótese de pesquisa é a de que o discurso o qual veicula na referida instituição, de forma geral, provém de práticas leitoras baseadas em habilidades de estudo, promovendo um cerceamento do sujeito-leitor e conferindo pouca ou nenhuma atenção ao letramento em seu sentido amplo. A pergunta que orienta a presente pesquisa é: em que medida houve deslocamentos nos discursos sobre leitura que emergem dos/nos Planos de Curso desde a década de 70? Os resultados apontam, de forma geral, que: (i) os documentos os quais regem o Curso de Letras/Português da UFAC sofreram alguns deslocamentos em sua base curricular, no decorrer das décadas, mas ainda sustentam, em sua maioria, uma concepção de leitura que não abarca o letramento em seu sentido amplo; consideram apenas, um modelo de leitura e de sujeito-leitor idealizado como único, portanto, homogeneizante, que limita o universo da leitura, reduzindo- ao texto verbal impresso e aos clássicos; (ii) os documentos estruturam-se, no geral, a partir do letramento autônomo, na medida em que priorizam os modelos de letramento inerentes à ideologia dominante, não levando em conta outras práticas de leitura, e, limitando, portanto, essa possibilidade. Apesar de os documentos mais atuais (2015-2018) apontarem para um deslocamento em relação à concepção de leitura, vista a partir de uma noção mais abrangente de linguagem e, por conseguinte, de práticas leitoras, (iii) os efeitos de sentido, que decorrem das práticas com leitura na universidade, são resultados não só dos deslocamentos de base teórico-metodológicas na grade curricular do Curso de Letras/Português, mas do que se veicula sobre leitura nas várias instâncias sociais.