Rastreamento de depressão e probabilidade de internações de idosos com Diabetes Mellitus na comunidade

• Ano de defesa: 2022
• Autor(a) principal: Mukai, Helena Ayako [UNESP]
• Tipo de documento: Tese
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
• Palavras-chave em Português: Idoso; Diabetes mellitus; Depressão; Adesão à medicação; Idoso fragilizado; Enfermagem de atenção primária
• Link de acesso: https://hdl.handle.net/11449/256653

Introdução: o diagnóstico e o tratamento da depressão em pacientes diabéticos são essenciais para adesão ao tratamento e redução de danos, com melhor prognóstico da doença e redução de fragilização e internações do idoso. Objetivo geral: realizar o rastreamento de depressão e suas associações com características sociodemográficas, domínios funcionais, adesão ao tratamento e probabilidade de internações repetidas de idosos diabéticos, atendidos na Atenção Primária (AP). Objetivos específicos, métodos, resultados, discussões e conclusões na forma de artigos. Artigo 1. Objetivo específico 1: avaliar fatores que se associam à depressão, rastreada em idosos diabéticos na AP, segundo o julgamento clínico de enfermagem, fundamentado na Taxionomia II da NANDA-I; método 1: pesquisa observacional transversal prospectiva, com 389 idosos diabéticos da AP de município do estado de São Paulo, Brasil. Realizou-se análise bivariada, associando variáveis de exposição sociodemográficas e clínicas, com os desfechos para Escala de Depressão Geriátrica. As que se associaram ao nível de p<0,20 foram inseridas em modelo de regressão logística múltipla; resultados 1: identificou-se dois fatores preditivos: adesão medicamentosa baixa à provável baixa (p=0,01; OR=2,07[IC=95%:1,18-3,63]) e Probabilidade de Internações Repetidas (Pir) (p<0,01);OR=2,68[1,42-5,04]); conclusão 1: à luz dos diagnósticos de enfermagem da NANDA-I emergiu modelo processual cíclico dos fatores preditivos e fomentadores da depressão, sinalizando população em risco de glicemia instável, consequentemente, em riscos de síndrome metabólica e para síndrome do idoso frágil, em face de a saúde deficiente na comunidade, relacionada à falha de programa para redução de danos da diabetes. Artigo 2. Objetivo específico 2: avaliar os fatores associados à fragilização de idosos diabéticos na Atenção Primária. Trata-se de pesquisa observacional transversal prospectiva, com 389 idosos diabéticos, cadastrados em unidades da Atenção Primária, de município do estado de São Paulo, Brasil; método 2: realizou-se análise bivariada, associando variáveis de exposição com o desfecho Probabilidade de Internações Repetidas (Pir), para as medidas de risco de fragilização “baixo-médio” e “médio alto-alto”; resultados 2: as variáveis de exposição, que se associaram ao nível de p<0,20, foram inseridas em modelo de regressão logística múltipla. Desta análise, quatro são preditoras para o pior desfecho de Pir “médio alto-alto”: faixa etária ≥ 80 anos (p<0,01;OR=2,12[IC=95%:1,64-5,49]); sexo masculino (p<0,01;OR=3,00[IC=95%:1,64-5,490]; velocidade da marcha reduzida (p<0,01;OR=2,38[IC=95%:1,27-4,46]); medicações de uso contínuo ≥ 5 (p=0,04;OR=4,25[IC=95%:1,04-1,04]); conclusão 2: Estimou-se mais de 50,0% dos idosos diabéticos com saúde deficiente na comunidade e vulneráveis ao risco de síndrome do desequilíbrio metabólico e, consequentemente, ao risco de síndrome do idoso frágil. Artigo 3. Objetivo específico 3: analisar a concordância do item nove do instrumento multidimensional Avaliação Funcional Breve (AFB) de 11 itens, com a Escala de Depressão Geriátrica de 15 itens, para triar idosos diabéticos com depressão na AP; método 3: pesquisa metodológica para análise concomitante entre os instrumentos, como subprojeto de pesquisa observacional transversal prospectiva, para rastreamento de depressão em idosos diabéticos na comunidade. Aplicou-se ambos instrumentos em amostra não probabilística de 389 idosos, adscritos às unidades de saúde da Atenção Primária, no município de Lins, estado de São Paulo, Brasil. Para avaliação de concordância entre as escalas Avaliação Funcional Breve e Escala de Depressão Geriátrica utilizou-se o coeficiente Kappa e o cálculo de medidas de diagnóstico: sensibilidade, especificidade, Valor Preditivo Positivo e Valor Preditivo Negativo; resultados 3: considera-se a concordância fraca de acurácia para rastreamento de depressão da Avaliação Funcional Breve em relação à Escala de Depressão Geriátrica (Kappa = 0,26), apresentando-se a Avaliação Funcional Breve com maior sensibilidade (69%), porém com menor especificidade em relação à Escala de Depressão Geriátrica, contudo com Valor Preditivo Positivo =40% e Valor Preditivo Negativo =85%; conclusão 3: recomenda-se o uso do item 9 da Avaliação Funcional Breve, para rastreamento de depressão em idosos na comunidade, em face de os seus valores preditivos subestimar em 15% e superestimar em 40% os casos de depressão, desde que os idosos suspeitos por Avaliação Funcional Breve sejam reavaliados pela Escala de Depressão Geriátrica. Descritores: Idoso; Diabetes Mellitus; Depressão; Adesão à Medicação; Idoso Fragilizado; Enfermagem de Atenção Primária.