Pelo direito às experiências estéticas na escola: o lugar da poesia na formação humanizadora de crianças

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Tortorelli, Cleunice Terezinha da Silva Ribeiro
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/11449/252149
Resumo: É indubitável a relevância da poesia na formação do ser humano e, em especial, da criança leitora. A literatura é um direito inalienável, mas raramente a poesia frequenta a escola da infância ou quando está presente é apenas em ocasiões especiais ou no livro didático. Por vezes, possui caráter utilitário, didático e autoritário com fins de estudos da estrutura do poema ou como pretexto para a abordagem de alguma temática. Diante dessa arena, ao pensar no grande palco da leitura como ato de liberdade e de troca social na contramão da uniformidade do ser é que foi considerado o problema desta pesquisa. Portanto, a pesquisa corporificada nesta tese de doutorado teve como seres da pesquisa as crianças (com 9 e 10 anos de idade) de duas turmas de 4.º ano do Ensino Fundamental - Anos Iniciais de uma escola municipal de Marília-SP, e, ainda, as duas professoras dessas turmas que atuaram como cocriadoras. A minha tese é a defesa da presença constante da poesia como direito na escola da infância pelas experiências estéticas tendo como objeto de estudo o trabalho com poemas na escola, a fim de compreender o lugar da poesia na formação de crianças. Assim, os estudos foram respaldados pelos encontros dialogados e pelas trocas verbais no Grupo de Pesquisa Processos de Leitura e Escrita: Apropriação e Objetivação (PROLEAO) e Centro de Estudos e Pesquisas em Leitura, Literatura e Infância (CEPLLI), ambos integrantes da linha de pesquisa Teoria e Práticas Pedagógicas do Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE) da Faculdade de Filosofia e Ciências (FFC) da Universidade Estadual Paulista (UNESP), campus de Marília. A hipótese é abordar a relevância da experiência estética com a Literatura, em especial da poesia como como constituidora do humano e do que é sensível como o sentimento cada leitor. O objetivo é compreender de que forma a poesia chega a esse pequeno leitor literário, via filosofia da linguagem, como superdestinatário na dialogia da vida. Para alcançar esse objetivo, a metodologia abarcou a abordagem qualitativa, a não mensurada, aquela ciência outra que pauta na heterociência, uma linha teórica voltada para os estudos da Filosofia da Linguagem com as contribuições dos filósofos russos Volóchinov, Bakhtin, Medviédev, que atuaram no início do século XX, e outros estudiosos contemporâneos como Arena, Miotello, Ponzio, Geraldi, Girotto, Mello, entre outros, que apresentam discussões relacionadas ao signo como arena de luta, alteridade, dialogismo, o eu singular, o Outro, estética do cotidiano, responsividade, refração, amorosidade, etc. E, também, de autores com reflexões sobre a leitura e a Literatura como Arena, Maria Teresa Andruetto, Antonio Candido, Jakubinskij, Bajard, Jolibert, Chartier e vários outros. Para o cotejo da temática e o efetivo estudo, as ações metodológicas perpassaram pela Revisão de Literatura, Pesquisa de campo em uma escola municipal de Marília-SP, Encontros Dialogados com as professoras da Escola-arena e a leitura performática de poesias, o que possibilitou a questão da ambivalência durante o cotejo de enunciados orais produzidos pelas crianças e professoras e signos visuais pelos livros lidos. Essas ações puderam ampliar a compreensão sobre o lugar da poesia na escola. Os dados foram organizados de forma a refletir sobre os seguintes núcleos temáticos: Luzes pedagógicas ao professor; Capacidade da criança de “viver poeticamente o conhecimento e o mundo”, A leitura de poesia como “primeira visão direta das coisas”; A promoção de uma formação contínua de aprendizado, preservando na criança e no seu professor “o fundo mágico, lúdico, intuitivo e criativo; Relação de troca e amorosidade entre pesquisados e pesquisador; Diálogo sobre as atividades experimentadas pelas leituras e performances. Ao que tudo indica, o resultado pautado nos estudos da experiência literária e estética apresenta condição essencial para dar lugar à poesia na formação leitora das crianças. As possibilidades de contribuição da poesia para a vivência da experiência estética, levando em consideração o movimento de aula, além de levar as professoras cocriadoras ao ato responsável e responsivo como impulso à humanização das crianças.