Os sentidos atribuído por professores de Biologia à função social de seu trabalho.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Pereira, Lucas Monteiro
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/154285
Resumo: Esta pesquisa tem como temática central o objetivo ou, ainda, a função social do ensino de Biologia, em suas relações concretas com o trabalho do professor, pretendendo-se contribuir para a sua discussão no campo da construção coletiva da pedagogia histórico-crítica. Para tanto, partimos da consideração dos fundamentos ontológicos e epistemológicos da teoria materialista histórica dialética, que sustentados a perspectiva desta teoria pedagógica. Isto posto, abordamos uma concepção de trabalho do professor em geral, apontando as suas características essenciais constitutivas, e realizamos uma aproximação à uma concepção materialista, histórica e dialética das ciências da natureza para, com essa base, delinear uma concepção histórico-crítica de função social do ensino de Biologia, buscando captar as relações entre a apropriação do conhecimento científico, a formação dos indivíduos como seres humanos e a prática social. Para concretizarmos esta análise, abordamos também as contradições que estruturam a educação escolar na sociedade capitalista contemporânea, dentre as quais as determinações da política educacional de cunho neoliberal e da disseminação da agenda pós-moderna no campo educacional, conformando as condições objetivas e subjetivas do trabalho do professor à lógica do capital, inclusive em suas expressões específicas na área do ensino de Ciências. Tendo em vista os pressupostos teórico-metodológicos da psicologia histórico-cultural, que postula a unidade dialética entre estrutura da atividade e formação da consciência, apontamos que nosso objetivo central foi caracterizar e analisar os sentidos atribuídos por professores de Biologia à função social de seu trabalho. A coleta de dados foi efetuada com professores de Biologia da rede pública estadual de uma cidade no interior do estado de São Paulo e a análise desses dados se assenta na proposta de construção de núcleos de significação, buscando-se desvelar as zonas de sentidos desses sujeitos sobre a função social de sua atividade de ensino. A discussão teórica dos núcleos revelou a expressão singular-particular das determinações histórico-sociais sobre a compreensão desses professores, na qual pudemos captar como as condições de vida e educação participam na constituição da sua unidade-atividade-consciência e circunscrevem os limites e possibilidades dos sentidos atribuídos à função social de seu trabalho, caracterizados predominantemente pela ênfase no cotidiano do aluno, em seus interesses imediatos, e pela perspectiva pragmática de utilização do conhecimento científico da Biologia e potencialmente pela ideia de relação consciente com esta esfera de conhecimento e sua contribuição para a compreensão do mundo natural. Concluímos, enfim, que essas determinações se inserem na dialética entre apropriação e objetivação dos indivíduos, para quem o trabalho educativo contribui na sua humanização por meio da socialização do conhecimento elaborado.