O ensino dialógico da escrita: repensando práticas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Gouvêia, Jéssica Lucas de [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/11449/257112
Resumo: A pesquisa assume a adoção de práticas dialógicas no ensino da escrita como objetivo para a proposta de oferecer subsídios à superação de dificuldades expressivas escritas de aprendizes em uma escola municipal de ensino fundamental II no município de Novo Horizonte, interior de São Paulo. Nosso objeto de estudo tem como foco as produções textuais de um conjunto de alunos do 7° ano da EMEF Francisco Álvares Florence. Partindo do pressuposto de que a maior parte de tais dificuldades provém de um ensino de bases monológicas, voltadas para o trabalho com teorias gramaticais estanques, como os realizados pela então professora da turma, hoje a pesquisadora em causa, buscaremos compreender por meio da pesquisa qualitativa a natureza destas dificuldades, no tocante ao domínio da modalidade escrita formal do português, e, a partir daí, propor atividades que, conectando fala e escrita na medida da importância daquela para o manuseio eficaz desta, possam favorecer aos aprendizes desenvolver, na escola e na sociedade, o papel efetivo de sujeitos discursivos proficientes. Teórico-metodologicamente fundamentado no aporte sociointeracionista, associado ao dialogismo bakhtiniano, e nas concepções do sociólogo Pierre Bourdieu, o estudo assume que o sujeito e a linguagem constituem-se mutuamente em processos de sociointeração discursiva, circunstância poucas ou raríssimas vezes observada, em um contraponto dialógico, na grande maioria das escolas públicas de ensino fundamental, conforme demonstram-nos exaustivamente diversas pesquisas, como as de Koch (2023) e Marcuschi (2010). Posto isso, verificaremos como o ensino dialógico pode ser implantado durante o processo de ensino da escrita, exatamente em oposição ao alinhamento monológico escolar, muitas vezes responsável pela dicotomização, no atual cenário educacional, entre sujeito discursivo e linguagem. A escola, no ensino do português, centraliza sua atenção ou em teorizações formais ou, no que diz respeito à produção textual, no produto final, o texto, sem considerar efetivamente o processo, as relações sociais envolvidas, isolando o indivíduo e o contexto de produção, além de ignorar a complementaridade que envolve escrita e fala. O resultado esperado, na disseminação de novos conhecimentos para o ensino da escrita, é promover meios didáticos e sugerir propostas de práticas pedagógicas que possibilitem ao aprendiz compreender, como sujeito discursivo, a importância da “escrita dialógica”, na sua utilização cotidiana, propiciando-lhe melhores condições de interagir com o mundo de forma crítica. Como fruto das práticas adotadas durante este estudo, verificou-se que tendo como ponto de partida a oralidade, os alunos sentiram-se mais à vontade para registrar, posteriormente, de forma escrita seus conhecimentos; que a prática da escrita se tornou mais agradável e; além disso, que os diálogos em sala permitiram com que eles se reconhecessem nos discursos apresentados pelos colegas e começassem a compreender a Escola como espaço de partilha, de troca, de efetivo aprendizado.