O discurso sensacionalista em contos de Rubem Fonseca

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Reis, Murilo Eduardo dos [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/244408
Resumo: O tema da tese é a utilização, por Rubem Fonseca, de recursos linguísticos frequentemente encontrados no discurso sensacionalista. O objetivo é demonstrar a existência de proximidade entre tal discurso em contos do escritor – sobretudo no que diz respeito à expressão da violência – e na imprensa em que ele é determinante, de modo especial no diário Notícias Populares. Os seguintes contos de Rubem Fonseca compõem o corpus: “O desempenho” (da coletânea Lúcia McCartney de 1967); “Feliz ano novo”, “Corações solitários” e “Passeio noturno”, publicados em Feliz ano novo de 1975; “O cobrador” (do livro homônimo de 1978). Já no que diz respeito a Notícias Populares, selecionamos reportagens relativas a Chico Pé de Pato, Bebê Diabo e Pelezão, que protagonizam histórias relacionadas à violência da vida noturna de São Paulo, ao sobrenatural e ao estranho. Os contos de Rubem Fonseca contêm cenas de violência espetacular ou simbólica expressas por meio de procedimentos encontrados em reportagens de jornais como Notícias Populares, próprios da linguagem peculiar ao sensacionalismo, que apela para o que é violento, grotesco ou folclórico em detrimento da informação. O apoio teórico é composto, em especial, pelos estudos de Silviano Santiago (2005), Karl Erik Schøllhammer (2007) e Vera Lúcia Follain de Figueiredo (2020) sobre Rubem Fonseca e por Celso de Campos Jr, Giancarlo Lepiani, Denis Moreira e Maik Rene Lima (2011), José Luiz Fiorin (2004; 2008) e Danilo Angrimani Sobrinho (1995) sobre jornalismo sensacionalista. O método comparativo exigiu a análise detida de cada conto e de alguns textos jornalísticos. No que diz respeito à obra de Fonseca, foram examinados a linguagem que constrói as categorias narrativas, especialmente, o narrador (quem fala) e o focalizador (quem vê), bem como a história, as personagens, o espaço. No que se refere aos textos jornalísticos, investigamos a linguagem utilizada para exaltar fatos violentos ou fenômenos estranhos. As análises dos dois tipos de publicação permitiram demonstrar, nos contos do escritor, a aplicação literária de artifícios da linguagem sensacionalista.