Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Silva, Willian Gabriel Felicio da [UNESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/202621
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Resumo: |
A Educação Física escolar brasileira, até meados da década de 80, caracterizou-se como uma disciplina que tinha, na sua concepção de prática pedagógica, hegemonicamente, o esporte, como a principal temática desenvolvida pelos professores, no que tangia à formação de seu alunado. Isso fazia com que o aluno adquirisse vivências corporais e conhecimento muito restrito ao esporte, em detrimento das demais temáticas. Com a promulgação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB N. 9394, de 1996) e a criação do Parâmetro Curricular Nacional (PCN), específico da área, a orientação para a Educação Física escolar passou a ensinar conceitos e a propor vivências corporais de outras temáticas, tais como: danças, lutas, jogos e ginásticas, além do esporte. Assim, na rede pública do Estado de São Paulo, a Educação Física escolar apresenta esta particularidade, no que diz respeito à sua organização e aplicação dos saberes da disciplina. Desse modo, os professores de Educação Física têm a possibilidade de trabalhar com turmas regulares, no mesmo turno de outros componentes curriculares, fato que possibilita ao professor não só diversificar sua prática, na ampla perspectiva da cultura corporal, como também, oferecer, no contraturno dessas aulas, treinamentos específicos de modalidades esportivas, chamadas turmas de Atividades Curriculares Desportivas (ACDs). Os alunos participantes dessas turmas, além de aprofundarem seus conhecimentos e experiências corporais, específicas de determinado esporte, também treinam, para representar a escola em competições oficiais como, por exemplo, os jogos escolares. Nesse particular, por meio de entrevistas e de análise das trajetórias de vida de sete professores de Educação Física, que dão aulas nas turmas de ACDs, em escolas públicas estaduais, no interior de São Paulo, identificamos, de um lado, a apropriação dos capitais culturais acumulados durante suas trajetórias esportivas e, de outro, os saberes científicos, adquiridos ao longo da sua formação acadêmica, no curso de Educação Física, com destaque para as disciplinas de fisiologia do exercício e treinamento desportivo. Assim o objetivo do estudo foi analisar atrajetória de vida: de ex-atletas a professores de educação física e a atuação docente nas turmas das Acds no qual, utilizamos o método praxiológico de Bourdieu, pois suas categorias de análise sociológica, tais como: Habitus, Capital Cultural, Estratégia e Campo, dentre outras, nos possibilitaram apontar as condicionantes sociais e as estratégias que levaram tais professores à longevidade e ao sucesso no campo esportivo, e para além disso, em relação a teorizar o universo da Educação Física escolar, utilizamos os documentos da área tais como Brasil (1996) e estudiosos como Tubino (1992), que nos apontam a realidade da disciplina no contexto escolar. Contudo isso, identificamos o capital cultural acadêmico, proveniente da formação de licenciado em Educação Física, culminando com uso desses dois capitais culturais: o acadêmico e o esportivo, nas turmas das ACDs. E, como resultado desta pesquisa, pudemos inferir, dentre outras conclusões, que, de todo modo, os professores de Educação Física, participantes deste estudo, muito pouco se utilizavam dos conhecimentos científicos adquiridos na graduação. Destacam-se, apenas, os conhecimentos incorporados enquanto atletas, tornando assim, as turmas das ACDs, apenas parte integrante de suas jornadas de trabalho. |