Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Sabbadini, Aline [UNESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://hdl.handle.net/11449/257986
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Resumo: |
Em nossa sociedade a relação do ser humano com a morte é predominantemente marcada por atitudes de negação e/ou evitação do assunto e, além disso, as pessoas que estão em processo de finitude são, muitas vezes, afastadas do convívio social. Mesmo no contexto da pandemia do coronavírus (2020 – 2023), em que a morte se tornou protagonista, passamos a banalizá-la ao invés de nos aproximarmos das reflexões acerca da nossa própria mortalidade. Esse movimento ressalta ainda mais a importância de iniciativas que tenham o intuito de falar abertamente sobre a finitude. É o caso das doulas da morte (ou do fim da vida), que são profissionais capacitadas no acompanhamento de sujeitos em processo de morte e de seus familiares, oferecendo suporte emocional, espiritual, físico e social nessa jornada. A presente pesquisa teve como objetivo analisar a experiência de trabalho das doulas da morte no Brasil, levando em consideração os sentidos atribuídos à morte e ao cuidado, a escolha pela atuação como doula da morte, as experiências mais desafiadoras, as percepções sobre o trabalho e a atuação da doula da morte na pandemia. Para a construção dessa pesquisa, optamos por um estudo de caráter qualitativo e exploratório, em que foram realizadas entrevistas semiestruturadas com sete doulas da morte, com idades entre 39 e 60 anos, em outubro de 2022. Para acessar essa população. adotamos a amostragem conhecida como ‘bola de neve’ e, para análise dos dados, utilizamos como técnica a análise de conteúdo, dando ênfase aos participantes e à produção de sentido vinculada a fala das entrevistadas. Constatamos que as doulas da morte possuem uma visão da morte enquanto um fenômeno integrante e indissociável da vida, capaz de influenciar o modo como conduzimos nossa existência. Verificamos uma disposição pessoal para a atuação como doula da morte e que os conhecimentos proporcionados pelo curso de formação serviram como conteúdos complementares para a área de cada uma das entrevistadas. As maiores dificuldades para a realização do trabalho são: a negação da morte, a insuficiência de uma educação para a morte, lidar com os arrependimentos em fim de vida, a falta de comunicação, o despreparo do profissional da saúde e a as complicações na elaboração do luto. Em relação às percepções do trabalho, destacam a ideia da morte como companheira, a construção de um outro olhar para a vida a partir do contato com a finitude, a possibilidade de ressignificação da morte e os benefícios das dimensões de ser com o outro e da postura de acolhimento. Na pandemia, as doulas puderam contribuir com a elaboração do luto através da criação de rituais e como mediadoras da comunicação e despedidas de pacientes e familiares, proporcionando uma construção de significado para a perda. Além de representarem um complemento aos serviços já existentes, as doulas da morte podem simbolizar um novo caminho dos cuidados em fim da vida, conduzidos pela própria pessoa que está morrendo. O paciente tem o direito de morrer em paz, com dignidade, de acordo com suas vontades e tendo suas decisões respeitadas. |