A clínica da urgência e o prelúdio às entrevistas preliminares: uma práxis entre a luta de classes e as formações do inconsciente

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Costa, Maico Fernando [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/214756
Resumo: Esta tese é o desfecho de um trabalho de oito anos de intercessão-pesquisa, incluindo a Iniciação Científica e o Mestrado, cujo tema é a Clínica da Urgência em uma Unidade hospitalar. A tese de doutorado que se apresenta, foi o resultado de uma atuação profissional em uma Santa Casa de Misericórdia de um município do Interior Paulista. O psicólogo advertido pela Psicanálise de Freud e Lacan e por Marx foi a posição assumida, durante a experiência próxima aos sujeitos do sofrimento e do coletivo de trabalhadores. Mobilizados pela práxis das urgências, nossas indagações foram atravessadas pela seguinte questão: é possível uma Clínica da Urgência que além de ofertar a escuta analítica aos impasses psíquicos em igual teor queira interceder na divisão fundamental do trabalho, em favor das equipes de Saúde hospitalar? Sustentamos que a Clínica da Urgência em uma Unidade hospitalar, só é efetiva se visamos igualmente a escuta analítica aos sujeitos do sofrimento e a intercessão no Estabelecimento institucional, junto aos seus modos de produção de saúde e subjetividade. O Dispositivo Intercessor foi o “método” que adotamos, para os posicionamentos clínicos no Estabelecimento hospitalar e para a posterior escrita da reflexão em forma de tese de doutorado. Ele é menos um método tradicional de pesquisa do que um modo de operar na práxis. Apropria-se de elementos da Psicanálise de Freud e Lacan, do complexo lógico-categorial marxiano, da Análise Institucional de Lourau e Lapassade e da Filosofia da Diferença (especialmente com a suprassunção do conceito deleuziano de “intercessores”). Defendemos que do ponto de vista de uma Ética da singularização dos desejos, avessa à produção de saúde como serialização de movimentos da vida em sociedade, escutar o sujeito do inconsciente implica não tapar os olhos frente aos modelos instituídos que reiteram os modos de sociabilidade capitalista na instituição de Saúde. Desta maneira, ampliamos a concepção de Clínica da Urgência, a partir da Psicanálise, vinculando-a, em um certo sentido, ao pensamento de Marx, no que diz respeito à realidade brasileira e às bases ético-políticas da Reforma Sanitária, movimento revolucionário de prática em saúde que deu origem ao SUS – Sistema Único de Saúde.