Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Pelissari, Tatiane Deoti |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://hdl.handle.net/11449/255256
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Resumo: |
Dada à magnitude da influência das zonas úmidas tropicais no ciclo global de carbono (C), a avaliação e o monitoramento das emissões de dióxido de carbono (CO2) nestas áreas, podem ajudar na compreensão e na gestão do C diante da crise climática. Todavia, a carência de informações do fluxo de CO2 referente a influência dos incêndios e do uso e cobertura do solo (LULC) na emissão de CO2 em zonas úmidas limita a compreensão da dinâmica global do CO2. A fim de responder estas questões, este estudo tem como finalidade verificar o efeito dos incêndios e de diferentes Usos e Ocupção do Solo (UOS) nas emissões de CO2 no bioma Pantanal brasileiro. No primeiro capítulo os objetivos foram: (i) avaliar a relação entre focos de incêndio e absorção de carbono (GPP), precipitação e fluxo de CO2; (ii) analisar a recuperação da vegetação usando a razão de queima normalizada diferenciada (ΔNBR) no bioma Pantanal brasileiro entre 2001 e 2022; e (iii) identificar áreas prioritárias, onde ocorreram as maiores intensidades de focos de incêndio, a fim de orientar políticas públicas no Brasil para manter a conservação local. O capítulo II teve como objetivos: i) estimar o modelo de fluxo de CO2, temperatura (T) e umidade do solo (UN); em dois anos seguidos (2022 e 2023); ii) analisar a relação entre essas variáveis em diferentes classes de uso e cobertura do solo (LULC) e iii) detectar os UOS que possuem os maiores fluxo de CO2 e, consequentemente estabelecer ações de mitigação de emissões de CO2 no bioma Pantanal brasileiro. No primeiro capítulo , foram detectados focos de incêndio a partir dos dados do algoritmo MODIS MOD14/MYD14, precipitação anual com CHIRPS (Climate Hazards Group InfraRed Precipitation with Station data), e fluxo de CO2 via o produto MODIS/MODO9A1, e Produção Primária Bruta (GPP) via o produto MODIS/MOD17A2. A intensidade da área queimada também foi avaliada pelo índice ΔNBR e as áreas de risco foram determinadas pelas médias dessas imagens. Durante a série histórica, foram detectados um total de 300.127 focos de incêndio em todo o Pantanal, onde em 2020 obteve o maior número de focos e a menor precipitação acumulada. Os anos com maior precipitação foram 2014 e 2018. O ano de 2018 foi também o segundo ano com maior valor de GPP. O teste Pettit mostrou mudanças para 2008 e 2011 em relação às variáveis fluxo de CO2 e GPP respectivamente. A análise de componentes principais (PCA) agrupou focos de incêndio e precipitação em lados opostos, bem como GPP e fluxo de CO2. Houve uma alta correlação negativa entre os focos de incêndio × precipitação e GPP × fluxo de CO2. Os anos com maiores áreas das classes de Gravidade Alta (AG), Gravidade Moderada-Alta (GMA) e Gravidade Moderada-Baixa (GMB) foram em 2020 e 2019, respectivamente. As áreas mais vulneráveis aos incêndios graves foram nos municípios de Cáceres/MT, Poconé/MT e Corumbá/MS. A grande catástrofe de incêndio em 2020 está correlacionada com a baixa precipitação em 2019, a elevada precipitação em 2018 e o aumento do GPP, bem como com políticas governamentais desfavoráveis ao ambiente. No capítulo 2, foram feitas medições de CO2 do solo in situ em quatros diferntes UOS; soja, eucalipto, pastagem e vegetação nativa, todos localizados no município Aquidauana no Mato Grosso do Sul (MS). Foram aplicadas PCA para verificar a relação entre os anos e as classes de uso de solo e, posteriormente, avaliar a relação entre as variáveis analisadas via correlação de Pearson. As maiores emissões foram detectadas nos UOS soja e pastagem, com aumento significativo das emissões em 2023 para todos os UOS, possivelmente provocadas pelo excesso de umidade do solo. Valores inferiores de FCO2 foram observados para o cultivo de eucalipto e vegetação nativa, no qual indica que esses UOS, atuam como sumidouros de CO2. Esta descoberta constata que a preservação de áreas nativas é fundamental para o objetivo de neutralização do C, e o cultivo de eucalipto também pode contribuir com o C neutro e a adoção de práticas de manejo do solo sustentáveis reduzem a liberação de CO2 para atemosfera. |