Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Oliveira, Marcos Vinícius Woelke de [UNESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/204429
|
Resumo: |
O propósito deste trabalho é investigar algumas relações entre as emoções, a cognição e a ação, segundo a perspectiva aristotélica. No primeiro capítulo, projeta-se como a postura epistemológica de Aristóteles envereda para o conhecimento das emoções. Em seguida, argumenta-se a favor de que as emoções sejam, conforme Aristóteles, um distintivo humano, relacionando-as ao logos. Subsequentemente, considerando que pathos designa tanto “emoção” como “afecção”, busca-se distinguir semanticamente essas noções homônimas. Por fim, visa-se a restringir a noção de emoção, figurando para ela uma definição provisória: ao fazer isso e derivar uma fórmula geral, capturam-se os principais componentes metafísicos subsumidos à definição de emoção, a saber, afecção e demais qualidades, desejo e imaginação e ação. No segundo capítulo, almeja-se analisar mais profundamente a estrutura interna das emoções. Especificamente, trata-se da substância que é o ser humano e do motivo de nossas qualidades imanentes serem pré-requisitos do fenômeno de se emocionar, abordando-se especialmente o elemento da afecção e suas relações para com as demais qualidades da alma humana, quais sejam, as disposições e as capacidades. Após isso, caracteriza-se a capacidade desiderativa e imaginativa do ser humano, reforçando seus potenciais deliberativos e morais. Ao final do capítulo, correlaciona-se o desejo irracional e o deliberativo com o direcionamento das ações, postulando seus valores mais ou menos deterministas. Por fim, no terceiro, extraem-se de Retórica descrições de quinze emoções, tomando-as como comprovações das hipóteses formuladas nos capítulos anteriores e, assim, ratificando mais ao final o grau de subjetividade inerente à significação de cada emoção em Aristóteles. Por conseguinte, postula-se como o filósofo antigo compreende, no âmbito da mente humana, a interação entre paixões e a cognição e como tal direciona ações morais. Em conclusão, produz-se, além da condensação do desenvolvimento do texto, uma reflexão a respeito de como as noções de emoções e virtude moral de Aristóteles podem nos amparar no sentido da saúde mental e uma hipótese dialética sobre a concepção de emoção, segundo perspectiva aristotélica. Em suma, enquanto, para as emoções, a cognição pode ser causa eficiente, em relação aos desejos e às sensações, a cognição é preterível. Emoção pode guardar uma relação de propriedade ou acidental com afecção (pathos), mas esta não deve instituir sua essência. Para Aristóteles, antes de as emoções serem estados internos a um agente, elas são fenômenos intersubjetivos que indiciam o equilíbrio entre a identidade e diferença aos seres (sujeitos) operados por linguagem. Assim, as emoções não instituem um aspecto ontológico da alma humana. Elas designam sempre ações manifestas. Sendo tipicamente humanas, todas as nossas ações são moralizáveis, e assim o é em relação às emoções. Se as emoções são moralizáveis, logos se faz necessariamente presente. Nesse sentido, a cognição dá entrada para que a razão atue sobre os atos, considerando que estes são compostos por uma intricada engenharia de faculdades, disposições e estados afetivos em ato. |