Piscicultura em tanques-rede como influenciadora de modificações na diversidade funcional da ictiofauna em reservatório neotropical

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Parra, Alini Beloto [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/214631
Resumo: A bacia do Alto Paraná possui o maior número de represamentos da América do Sul. Esses represamentos fornecem áreas para implementação de sistemas de pisciculturas em tanques-rede, que podem causar influências ambientais relacionadas a entrada de matéria orgânica no ecossistema aquático. Avaliações de influências de pisciculturas sobre a ictiofauna utilizam-se normalmente de métodos de análise tradicionais, ignorando o papel das espécies na comunidade. À vista disso, o uso de diferentes métricas em estudos para avaliação de influências ambientais, juntamente com a diversidade funcional, é encorajado. Assim, o presente trabalho testou as seguintes hipóteses: 1 - pisciculturas em tanques-rede causam modificações na diversidade funcional da ictiofauna e 2 - índices de diversidade taxonômica, análise estatística multivariada e índices de diversidade funcional não possuem a mesma capacidade de detecção de influência ambiental de pisciculturas sobre a ictiofauna. As amostragens foram realizadas em duas áreas no reservatório de Ilha Solteira, SP: 1) em uma piscicultura em taques-rede e 2) em uma área controle 10 km a montante. Os índices de diversidade funcional utilizados foram riqueza funcional (FRic), uniformidade funcional (FEve), divergência funcional (FDiv), dispersão funcional (FDis), redundância funcional (FRed), média dos atributos funcionais ponderada pelas abundâncias nas comunidades (CWM) e diversidade β funcional, além de análises taxonômicas (riqueza de espécies, diversidade β taxonômica, diversidade de Shannon-Wiener e equabilidade de Pielou) e multivariadas (PERMANOVA, SIMPER, PERMDISP, nMDS e MRPP). Os índices de diversidade taxonômica tradicionais não foram capazes de detectar diferenças entre a ictiofauna das áreas analisadas, demonstrando as limitações relacionadas ao uso desses índices como única métrica para estudos ecológicos. Análises multivariadas detectaram diferenças entre as ictiofaunas, sendo causadas principalmente pelas diferentes dispersões das abundâncias das espécies entre as áreas ao longo das amostragens. Os índices de diversidade funcionais identificaram diferenças na composição funcional, sendo a área Controle mais diversa funcionalmente, assim como identificaram homogeneização do hábito alimentar na área de tanques-rede. Nossos resultados comprovam a necessidade de usar diferentes métodos de avaliações e estruturas multifacetadas de diversidade para melhor compreensão de influências ambientais, assim como destacam a importância de avaliar influências na diversidade funcional das comunidades, como sendo um melhor preditor para entender os processos ecossistêmicos.