Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Manoel, Letícia de Oliveira |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/193098
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Resumo: |
O cultivo de peixes em tanques-rede é uma prática crescente nos últimos anos nos reservatórios brasileiros. Porém, há pouca informação sobre as possíveis alterações deste desse sistema de cultivo sobre os peixes selvagens. Sendo assim, objetivou-se testar a hipótese geral de que pisciculturas em tanques-rede influenciam a estrutura da ictiofauna, atributos populacionais e parasitológicos das três espécies de peixes selvagens mais abundantes (Pimelodus platicirris, Geophagus sveni e Plagioscion squamosissimus) associadas a esse sistema de produção, no reservatório de Ilha Solteira, SP. Foram realizadas 14 coletas bimestrais entre setembro/2014 e dezembro/2016, com auxílio de redes de espera, em duas áreas amostrais: uma sob influência de pisciculturas em tanques-rede (Tanque) e a outra área livre de influência piscícola (Controle). Os peixes capturados foram identificados, quantificados, medidos, pesados e os parasitas das espécies selecionadas coletados. Foram calculados para as espécies de peixes e parasitas, e posteriormente comparados entre ambas as áreas, os atributos riqueza de espécies, abundância numérica, índice de diversidade de Shannon-Wiener, equitabilidade de Pielou e calculado o coeficiente de similaridade de Jaccard. Para verificar diferença na estrutura da ictiofauna e da comunidade componente dos parasitas entre as áreas aplicou-se a análise PERMANOVA (one-way) e, posteriormente, análise SIMPER para verificar a contribuição de cada espécie (de peixes e parasitas) para as diferenças observadas. Também, foram calculados e comparados os seguintes atributos parasitológicos: prevalência, abundância média e intensidade média de infecção/infestação para cada táxon de parasita registrado por área e espécie hospedeira. Os resultados obtidos demonstram influência da atividade piscícola sobre aspectos biológicos de peixes selvagens. Essa influência foi observada a nível populacional em diferentes intensidades, a depender da espécie e de suas táticas de vida e consequente capacidade de ajuste a variações ambientais. Também, ocorreram influências locais a nível de assembleia, com a estrutura da ictiofauna em área piscícola diferindo da ictiofauna em área sem influência desse tipo de atividade zootécnica, principalmente devido a alterações na abundância das espécies. Quanto aos aspectos parasitológicos, nossos resultados demonstram influência do sistema de piscicultura em tanques-rede para as três espécies de peixes selvagens avaliadas, em diferentes graus de intensidade, seja em nível de estrutura da comunidade componente ou dos atributos parasitológicos das infracomunidades. De maneira geral, observou-se alterações para espécies ecto e endoparasitas para as três espécies de hospedeiros avaliadas. Tais alterações, possivelmente são responsáveis pelas modificações observadas na estrutura da comunidade componente parasitária de P. platicirris e P. squamosissimus, enquanto para G. sveni não houve diferença significativa. Contudo, estudos adicionais em larga escala espacial e temporal, devem ser realizados com o objetivo de testar as hipóteses levantadas, pois alterações induzidas por tanques-rede em reservatórios neotropicais ainda não apresentam um padrão claramente identificável, como observados para represamentos e introduções de espécies não-nativas. Tais estudos podem contribuir, para melhor compreensão das influências ambientais de atividades piscícolas. |