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Relação da satisfação no trabalho, depressão e síndrome de Burnout na cultura de segurança do paciente: estudo transversal com análise de modelagem por equações estruturais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Oliveira, Alan Maicon de [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/153456
Resumo: Introdução: Evidências fazem-se necessárias para fortalecer a teoria de que as condições organizacionais e os fatores psicossociais refletem na segurança dos cuidados prestados em serviços de saúde. Objetivo: Avaliar se a cultura de segurança do paciente relaciona-se com a satisfação no trabalho, com depressão e com síndrome de Burnout entre profissionais do âmbito hospitalar. Método: Trata-se de um estudo transversal, realizado entre agosto a novembro de 2016 em um hospital de ensino que é referência na assistência à saúde para 13 cidades da região noroeste do Estado de São Paulo. O critério de inclusão envolveu todos os trabalhadores com vínculo empregatício maior ou igual a três meses. Excluíram-se os indivíduos em aviso prévio, sob licença médica/afastamento ou que estavam em gozo de período de férias. A partir da relação com os 677 profissionais que trabalhavam no hospital, os participantes foram recrutados por amostragem probabilística aleatória. Conduziu-se coleta de dados por meio de instrumentos psicométricos para analisar a satisfação no trabalho (Job Satisfaction Survey – JSS), presença de depressão (Patient Health Questionnaire-9) e síndrome de Burnout (Maslach Burnout Inventory – MBI), bem como a relação desses fatores com a cultura de segurança do paciente (Safety Attitudes Questionnaire – SAQ). Análises ajustadas (multivariadas) foram executadas e calculou-se a razão de prevalência (RP) por meio de uma regressão de Poisson. O coeficiente de correlação de Pearson (r) e a modelagem de equações estruturais com mínimos quadrados parciais (PLS-SEM) foram utilizados para análise. Padronizou-se o intervalo de confiança a 95% (IC 95%) e o nível de significância em 5%. Resultados: Dos 305 profissionais selecionados, 271 compuseram a amostra final deste estudo (88,9%). Mulheres (78,6%), idades entre 36-50 anos (42,1%), equipe de enfermagem (46,1%) e 5-10 anos de atuação na área (27,3%), foram as características mais frequentes. A pontuação média do SAQ foi de 68,2 (IC 95%: 65,8-70,5), que demonstra nível de cultura de segurança abaixo do ideal. Os indivíduos com tempo de atuação profissional entre 11-20 anos expressaram percepção mais negativa da cultura de segurança em relação aqueles com menos de um ano no cargo (p=0,05). O JSS definiu neutralidade na satisfação com o trabalho, com pontuação média de 131,2 (IC 95%: 128,1-134,3). Trabalhadores do apoio técnico do hospital revelaram níveis de satisfação mais elevados do que os profissionais de saúde (p=0,02). A prevalência de depressão foi 22,1% (IC 95%: 17,2-27,1%). Os sujeitos categorizados no estrato socioeconômico D-E (renda média domiciliar mais baixa) apresentaram duas vezes mais prevalência de depressão em comparação com os da classe A (RP=2,84; IC 95%: 1,24-6,51; p=0,01). O esgotamento profissional foi apresentado em 14,8% (IC 95%: 10,5-19%) dos participantes e os homens manifestaram síndrome de Burnout aproximadamente duas vezes mais do que as mulheres (RP=1,98; IC 95%: 1,03-3,79; p=0,04). A PLS-SEM confirmou a relação da satisfação no trabalho e a ausência de síndrome de Burnout como aspectos preditivos da cultura de segurança do paciente (p <0,001). Ademais, a correlação com a variável depressão foi estatisticamente insignificante (p=0,06). Conclusão: A percepção da cultura de segurança do paciente está relacionada com a satisfação no trabalho e a síndrome de Burnout nos profissionais hospitalares. Tais achados sugerem que fatores psicossociais influenciam na qualidade e segurança dos cuidados prestados por trabalhadores da área da saúde.