O discurso metapoético em Barulhos e Muitas vozes, de Ferreira Gullar

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Mota, Ana Carolina da Silva
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/181318
Resumo: O presente trabalho realiza uma leitura do discurso metapoético presente nos livros Barulhos (1987) e Muitas vozes (1999), do poeta maranhense Ferreira Gullar. Ao observar a trajetória de Gullar, percebe-se que a concepção de poesia e de fazer poético expressada por ele nos últimos trinta anos de vida literária em muito difere das díspares concepções identificadas em sua obra entre os anos cinquenta e setenta. Assim, interessou-nos investigar, à luz da fortuna crítica dedicada à obra do poeta e de considerações feitas por ele mesmo sobre a própria obra e o caráter do discurso poético, as noções de poesia e fazer poético, as quais são indissociáveis, dentro do universo de Barulhos e Muitas vozes, dos termos “espanto”, utilizado para definir a experiência de encontro, no mundo concreto, com a matéria poética, e “voz”, a qual se associa à linguagem humana e à imagem da sobreposição (do tempo, das experiências, do diálogo com o outro). Assim, após expressar, em seu livro de estreia A luta corporal, o desejo de uma linguagem que tocasse o absoluto e por meio da qual mundo concreto e expressão poética se fundiriam, posteriormente envolver-se com o experimentalismo do concretismo e neoconcretismo e, já nos anos sessenta, engajar-se politicamente, fazendo de sua obra um espaço para a defesa da função da arte enquanto agente de transformação social, ganha corpo no discurso poético de Ferreira Gullar a concepção de linguagem poética como ato de comunicação, a qual ecoa em si a alteridade e com ela dialoga.