Histórias não silenciadas de professoras: saberes, mobilizações e inclusão

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Rocha, Naiara Chierici da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/204528
Resumo: A relação com o saber de mulheres e professoras perpassa os modos de ser e estar na profissão, na construção de suas identidades docentes, nas mobilizações que realizam e nos sentidos que atribuem ao trabalho e a suas práticas na escola atual. Por isso, evidenciam contradições históricas de opressão e exclusão, sendo necessária a construção de um novo projeto de Educação. Esta é a tese proposta nesta pesquisa, cujo objetivo principal foi analisar, por meio de narrativas de professoras, as mobilizações para desenvolver um trabalho pedagógico inclusivo a partir das relações que estabelecem com o saber em suas trajetórias de vida. Histórias de vida narradas por quatro mulheres professoras deram corpo e voz a esta pesquisa. O diálogo com suas vozes e memórias, tendo como base suas relações com o saber, se configura como possibilidade e potência significativa de transformar em terreno fértil um corpo teórico, com diálogos cruzados de vidas, de formações e de práticas de professoras que atuam num cenário atual complexo, que é espaço de grandes debates sobre as profundas mudanças necessárias. A base teórica da pesquisa é orientada pela teoria da relação com o saber de Bernard Charlot. Por tratar de histórias singulares e realidades concretas, busquei conceber esta pesquisa a partir dos pressupostos do método (auto)biográfico, pautando-me, principalmente, em Franco Ferrarotti, por possibilitar investigar identidades e subjetividades dos sujeitos em processos de aprendizagens e desenvolvimento cotidianos. Em relação aos procedimentos, utilizei a entrevista narrativa como dispositivo narrativo autobiográfico. A análise das mobilizações que as professoras realizaram, a partir de suas próprias realidades e no encontro e (ou) estranhamento com os outros, desvela as contradições reais da escola como uma instituição burguesa, que coloca a classe trabalhadora sempre em seu lugar. Mas desvela, também, que a educação inclusiva possibilita reconfigurar esse lugar como o lugar da escuta. Além disso, a análise evidencia dois aspectos fundamentais: a centralidade do trabalho docente – como categoria ontológica – e como ele é fundamental na dimensão da relação com o saber e na mobilização das professoras para uma outra escola inclusiva, bem como para e a luta por direitos. Afirmo que a entrevista narrativa possibilitou para essas quatro mulheres um momento de reflexão sobre si mesmas e de seus lugares, em seus tempos próprios, revelando, também, tensões essenciais para a pensar a escola atual. As quatro histórias mostraram a necessidade de que nós, professoras, por meio de uma pedagogia engajada, conversemos umas com as outras e colaboremos, a partir de nossas experiências, para atravessar fronteiras e criar espaços críticos para intervenções e mudanças. O diálogo e a escuta são modos de intervenção úteis para nosso trabalho cotidiano e para a nossa relação com o saber. Portanto, a interlocução, a partilha e o encontro com as quatro mulheres, professoras e colaboradoras desta tese, potencializaram a essência de que ser professora é estar com pessoas, e a sala de aula e a escola devem se transformar em um ambiente de possibilidades.