Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Bortoluzzi, Leandro Neri |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/237977
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Resumo: |
Este estudo objetivou compreender a vulnerabilidade socioambiental na cidade de Foz do Iguaçu, Paraná, por meio do entendimento do uso e apropriação da natureza ao longo do tempo, com ênfase na produção do espaço urbano dos últimos sessenta anos. Temporalidade onde se identificou o crescimento da malha urbana e concomitantemente se tornou cada vez mais frequente os episódios de alagamentos e inundações. Esses fenômenos se tornaram presentes em Foz do Iguaçu quando ocorrem episódios de precipitação considerados extremos. Destarte, ao entendermos que a produção desses fenômenos se dá associado ao modo de uso da terra, neste caso, urbana, realizamos um estudo articulando sociedade e natureza. Portanto, esta tese foi organizada em sete capítulos, o primeiro abordando toda a sustentação teórica, realçando conceitos importantes da geografia urbana, ambiental e do risco. No segundo discutimos a ocupação das áreas onde hoje se situa Foz do Iguaçu, por meio dos sistemas de objetos e técnicas, analisando a expansão urbana nos compartimentos do relevo e uso das águas. Em seguida, no terceiro capítulo, mostramos como o fenômeno de segregação socioespacial é um traço marcante da cidade em estudo, levando essencialmente os grupos marginalizados para os fundos de vale. O capítulo quatro tratou do (des)cumprimento da legislação ambiental no que tange a proteção dos rios urbanos por meio das APPs, mostrando que os diferentes agentes produtores do espaço contribuem para o descumprimento, ainda que por motivações distintas. O quinto capítulo tem como função a abordagem dos fenômenos atmosféricos responsáveis pela produção das chuvas na tríplice fronteira, ao passo que também caracterizamos pluviometricamente as chuvas locais dos últimos sessenta anos e analisamos as ocorrências de desastres segundo dados da Defesa Civil. No capítulo sexto, com base em dados do censo do IBGE de 2010, mensuramos a vulnerabilidade social dos habitantes da cidade em escala de nível censitário. E no sete, que articulado ao anterior, apresentamos exemplos das condições de padrões construtivos de comunidades afetadas pelos fenômenos hidrometeorológicos, contextualizando a vulnerabilidade socioambiental em Foz do Iguaçu. Esta pesquisa evidenciou que o processo de produção do espaço urbano da área em estudo originou problemas socioambientais a partir do aumento da malha urbana nos diferentes compartimentos do relevo, num contexto de crescimento populacional motivado pela migração à cidade, devido à obra de Itaipu. A expansão da malha urbana iguaçuense ocorreu dissociada da integração dos rios e córregos ao planejamento urbano e preservação ambiental. Como consequência se tornaram recorrentes os desastres oriundos das elevadas precipitações, entre elas as inundações e alagamentos, que ocorrem sobretudo nos meses de verão, mas com episódios também na primavera e no outono. Logo, as pessoas que vivem especialmente nos fundos de vale e cabeceiras de drenagem são as mais afetadas por esses fenômenos. Apesar do predomínio dos grupos marginalizados nestas localidades, inclusive em muitas ocupações, o Estado e agentes capitalistas também utilizam tais áreas, porém com outras lógicas que não a de moradia. Por fim, tendo em vista a mensuração da vulnerabilidade social nos setores censitários de Foz do Iguaçu, e dado ao fato de que os setores censitários que apresentaram os maiores níveis de vulnerabilidade social se localizarem majoritariamente em áreas sujeitas à inundações e alagamentos, foi possível identificar que as inundações e alagamentos não atingem apenas os mais vulneráveis, mas são os mais vulneráveis os mais atingidos, conferido a eles, uma condição de maior vulnerabilidade socioambiental. |