Hidroximetilnitrofural (NFOH): Estudo da Atividade em Fase Aguda e Crônica da doença de Chagas em Modelo Animal, infectados com cepas Bolívia (TcI) e CL Brener luc bioluminescênte (TcVI) de T. cruzi

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Scarim, Cauê Benito [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/192873
Resumo: A tripanossomíase americana ou doença de Chagas é uma zoonose endêmica em 21 países das Américas do Sul e Central, apontada como uma grave doença parasitária resultante da infecção por Trypanosoma cruzi que utiliza insetos triatomíneos como vetores. Existem dois fármacos para o tratamento dessa enfermidade, o nifurtimox (NFX) e o benznidazol (BNZ), ativos apenas na fase aguda da doença, sendo que no Brasil apenas o BNZ é comercializado. Em busca de novas alternativas para o tratamento, destaca-se o hidroximetilnitrofural (NFOH), ativo contra as formas tripomastigotas e amastigotas em ensaio in vitro e in vivo (agudo). O objetivo deste trabalho foi estudar os efeitos do NFOH em ensaios in vivo na fase aguda e crônica utilizando cepa Bolívia e cepa CL Brener bioluminescênte. O estudo com a cepa Bolívia em fase crônica utilizou um ciclo de imunossupressão de 14 dias consecutivos com dexametasona (5 mg/kg) para verificação da reativação da parasitémia, enquanto o ensaio (agudo e crônico) com cepa Brener CL bioluminescênte, aplicando-se 2-3 ciclos de imunossupressão com ciclofosfamida (200 mg/kg, intervalos de quatro dias entre as doses). Os resultados demonstraram efeito semelhantes nos tratamentos com NFOH (150 mg/kg/ 20 dias) e BZN (100 mg/kg /20 dias) na fase aguda com cepa Bolívia, com eliminação da parasitémia e diminuição dos infiltrados inflamatórios e ninhos amastigotas. No ensaio de fase crônica com cepa Bolívia, o NFOH (150 mg/kg/ 60 dias) foi eficaz em eliminar a parasitémia após o ciclo de imunossupressão, negativação confirmada por xenodiagnóstico, bem como reduziu infiltrados inflamatórios e ninhos amastigotas. No ensaio com a cepa CL Brener luc bioluminescênte, os resultados mostraram reativação da infecção quando tratados com NFOH (100 mg/kg/ 5 dias), após dois ciclos de imunossupressão. No modelo utilizando a cepa CL Brener luc bioluminescênte, o NFOH (100 mg/kg), exibiu 100% de cura dos animais, mantendo-se inalterado após dois ciclos de imunossupressão. Entretanto, depois do 3o ciclo, houve reativação em dois dos seis animais analisados, confirmando 50% de cura pelo ensaio ex vivo. O BZN (100 mg/kg), no mesmo protocolo, demonstrou 100% de cura. A análise histopatológica dos órgãos (com as duas cepas) mostrou que o NFOH reduziu o número de infiltrados inflamatórios e fibrose cardíaca e no tecido hepático foi capaz de reduzir a quantidade de infiltrados inflamatórios e colágeno total, valores significativamente diferentes do BZN, demostrando, que NFOH é menos tóxico que o BZN. Os resultados demonstram o potencial do candidato a fármaco NFOH e mais estudos devem ser realizados para obtenção de negativação total após vários ciclos de imunossupressão.