Análise espaço temporal da captura acidental de toninhas, Pontoporia blainvillei (CETACEA: Pontoporiidae) pela frota pesqueira artesanal da Praia Grande, litoral central de São Paulo.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Penela, Giovanna Manuela de Oliveira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/242944
Resumo: A pesca extrativa marinha desempenha um papel fundamental em termos sociais e econômicos para o mercado mundial, porém a captura acidental de espécies não alvo representa uma ameaça para a conservação de diversas espécies. O efeito acumulativo desses eventos é, muitas vezes, subestimado, pois os registros são relativamente raros e representam uma pequena parcela da biomassa total capturada, porém, dado às características biológicas de diversas espécies, como crescimento lento e baixas taxas reprodutivas, podem ter importante efeito na viabilidade das populações, através disso se tornou uma importante questão na gestão e conservação da pesca mundial, particularmente para espécies de vida longa como os tubarões, tartarugas, aves e mamíferos marinhos. A toninha, também conhecida como franciscana (Pontoporia blainvillei), é um pequeno odontoceto com distribuição restrita às águas costeiras do Oceano Atlântico Sul Ocidental, ela é uma das principais espécies diretamente impactada por atividades antrópicas por isso é considerada ameaçada, devida a alta mortalidade em rede de pescas ao longo dos anos em toda a sua distribuição. O presente trabalho tem por objetivo analisar a distribuição espacial e temporal da captura acidental da Pontoporia blainvillei, onde foram analisados 24339 lances de pesca realizados pela frota pesqueira artesanal do município da Praia Grande, litoral central de São Paulo. Os resultados desse estudo completam lacunas acerca do conhecimento espacial, anual e trimestral das capturas acidentais no período de janeiro de 1999 a dezembro de 2017, realizadas pelos tipos de rede: pescada, boeira, malhão, fundo grossa, feiticeira e emalhe (esse último sendo o nome utilizado para as redes não identificadas), e 191 registro de capturas acidentais de toninhas durante o período monitorado, Os maiores esforços de pesca foram nos anos 2002, 2013 e 2012, a rede de pesca pescada é a rede com maior número de esforço de pesca, sendo a mais utilizada na região, A rede de malhão foi a rede com maior dispersão de esforços de pesca. Visualizando a sazonalidade as capturas têm alto valor da captura por unidade de esforço (CPUE) no 2º trimestre (abril a junho), e no 3º trimestre (julho a setembro), através do mapa percebemos nitidamente que existe um ponto focal de pesca e alguns pontos altos próximos a outras regiões como São Vicente, Santos e o Guarujá. A criação e atualização de um banco de dados digital que registre os encalhes, avistamentos e capturas acidentais dessa espécie é fundamental, pois democratiza o acesso aos dados e permite sua acumulação, para que seja contínuo o uso de dados históricos para entender os padrões de ocorrência das toninhas.