Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2009 |
Autor(a) principal: |
Bertozzi, Carolina Pacheco |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/21/21131/tde-29042010-171040/
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Resumo: |
Este trabalho tem por objetivo investigar a interação da pescaria de espera e as capturas acidentais de Pontoporia blainvillei, bem como a implicação da atividade na conservação da espécie. Para tanto, foram descritas e analisadas a atividade pesqueira, avaliadas as capturas acidentais, estimadas a mortalidade e estudados alguns aspectos da estrutura populacional, como a estimativa da idade, do crescimento e de parâmetros de algumas variáveis reprodutivas das toninhas acidentalmente capturadas no litoral do Estado de São Paulo. O monitoramento sistemático da frota pesqueira do município da Praia Grande durante o período de julho de 1999 a dezembro de 2008 permitiu uma avaliação temporal das capturas acidentais e dos índices de captura por unidade de esforço de pesca. Cinco tipos de redes de espera e um tipo de rede de arrastão de praia foram utilizados pela frota pesqueira da Praia Grande, sendo observadas capturas em quatro tipos de redes de espera. Um total de 91 toninhas foram acidentalmente capturadas e os valores de CPUE indicam que as redes de superfície boeira e a rede demersal fundo grossa são as responsáveis pelos maiores valores de captura nos meses de outono e inverno. Ao longo de todo o litoral paulista foi verificado o uso de redes de emalhe de espera em áreas costeiras, totalizando cerca de 1.192 embarcações operando redes de emalhe. A partir do monitoramento sistemático de quatro comunidades pesqueiras estimou-se um esforço de pesca total para a frota de emalhe do Estado de São Paulo em 4.684.981 km x dia de pesca, o qual foi multiplicado pela captura por unidade de esforço de pesca média (0,00008 toninhas/km x dia de pesca) resultando em uma estimativa de mortalidade de 372 toninhas para o período de junho de 2004 a abril de 2005. As idades estimadas dos animais capturados variaram de 0 a 14 anos, sendo que 80,0 % possuíam idade entre 0 e 3 anos. As fêmeas tiveram distribuição de idade 0 a 7 anos e os machos de 0 a 14 anos. O comprimento máximo assintótico estimado pelo modelo de von Bertalanffy ajustado aos dados de comprimento total e idade foi de 117,5 cm para machos e 135,6 cm para fêmeas 135,6 cm. O valor da taxa de crescimento estimado para os machos (0,859) foi superior ao das fêmeas (0,779). Não foi constatada diferença significativa entre comprimento, peso e largura entre as gônadas do mesmo animal, confirmado a hipótese de simetria. Os valores médios das medidas macroscópicas das gônadas, assim como o Índice de Maturidade Testicular (IMT) e Ovariano (IMO) foram significativamente diferentes entre indivíduos maduros, púberes e imaturos e apresentaram nítido aumento dos valores para os indivíduos maduros, demonstrando o aumento em tamanho e peso das gônadas com a chegada da maturidade gonadal. A análise microscópica de 45 testículos revelou que 33,3% dos machos eram imaturos, 15,6% púberes e 51,1% maduros. A análise microscópica dos ovários de 42 fêmeas resultou uma proporção de 54,8% fêmeas imaturas, 4,8% púberes e 40,5% maduras. Do total de fêmeas maduras capturadas nove estavam prenhas e apresentaram corpo lúteo de gravidez de grande dimensão. O número máximo de corpos albicans e lúteos observados nos ovários das fêmeas maduras foi três, ocorrendo 61,9% no ovário esquerdo. O comprimento médio e a idade média de maturidade para os machos foram estimados em 103,6 e 107,83 cm e 1,31 e 1,48 anos, respectivamente e para as fêmeas em 119 cm e 1,2 a 1,83 anos, dependo do método utilizado. O tempo de gestação estimado 10,22 meses, taxa de prenhez anual de 0,56, comprimento de nascimento de 72,05 cm, taxa de crescimento fetal de 0,27 cm/dia e o intervalo reprodutivo de 1,77 anos. Os resultados obtidos para o litoral do estado de São Paulo indicam que a pescaria de emalhe incide principalmente nos indivíduos imaturos de ambos os sexos, com 0 a 2 anos de idade, mas que um percentual significativo de adultos maduros também vem sendo capturados. Além disso, foi constatado que não há padrão latitudinal das variáveis estudadas. |