CAIPIRA... AGROBOY... AMBIVALENTE! Uma análise dialógica do discurso do personagem Chico Bento Moço, de Mauricio de Sousa

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Borges, Leonardo Mailon
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/235136
Resumo: Esta pesquisa de mestrado tem por objeto o personagem principal da HQ-mangá Chico Bento Moço, franquia de 76 edições – publicadas de agosto de 2013 a abril de 2021 - produzida pela Mauricio de Sousa Produções (MSP), que apresenta o personagem homônimo em sua fase jovem, deslocando-se do campo para a cidade para iniciar a vida acadêmica como estudante do curso superior de Agronomia. Tal percurso acompanha a construção temática voltada para o adolescente a partir de elementos constitutivos do imaginário coletivo e do repertório sociocultural projetados para esse público. Nosso referencial teórico-metodológico apoia-se em estudos do Círculo de Bakhtin, sobretudo, a partir da noção de diálogo como princípio fundador das práticas sociais engendradoras de sentido. Além disso, apoiamo-nos em trabalhos sobre o gênero HQ e suas especificidades linguístico-discursivas, especialmente a partir das discussões de Vergueiro e Santos para justificarmos o hibridismo concebido na postulação adotada para as discussões, o que nos permite, em certa medida, a adoção da nomenclatura HQ-mangá, considerando os contextos na construção da verbo-visualidade. O objetivo desta dissertação é o de promover a investigação dialógica acerca das manifestações do centro axiológico do personagem Chico Moço. Para tanto, destacamos publicações iniciais (edições 0 a 7), intermediária (edição 34) e final (edição 59) da HQ-mangá e verificamos como são recuperados e respondidos os discursos sobre o sujeito nos enunciados do campo da cultura, que consolidaram, ao longo dos anos, uma noção imagética sobre o que se constrói do/para o caipira no interior da cultura brasileira, por meio do embate social entre diferentes enunciados, os quais apresentam refratada essa noção, a qual foi compreendida no cotejamento de textos, com o destaque para uma ambivalência constitutiva e progressiva de Chico Moço, o que se mostra como projeto discursivo oriundo de um compromisso ético e social assumido pela marca. Além disso, constrói-se a discussão que confirma a abordagem relativamente estável do gênero, que, mesmo como investigação secundária desta pesquisa, constitui uma contribuição para o estudo dos enunciados relativamente estáveis. Adotar a perspectiva do conjunto de enunciados como pertencentes ao gênero HQ-Mangá justifica esse caráter de relativização das práticas sociais no hibridismo engendrador do heterodiscurso presente na forma, no material e no conteúdo de Chico Bento Moço, o que fornece uma leitura contratual sobre o que se discute acerca da noção de gêneros discursivos, sob o prisma bakhtiniano.