Trabalho e cotidiano dos africanos livres na Estrada da Maioridade- São Paulo- Santos (1840-1864).

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Ribeiro, Mariana Alice Pereira Schatzer [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/190990
Resumo: A exploração do trabalho no Brasil, no século XIX, abrangeu questões complexas, pautadas pela precariedade da liberdade, pelo trabalho assalariado infrequente, pelo trabalho compulsório e forçado e, especialmente pela reescravização de pessoas livres de cor. Desta forma, a pesquisa busca compreender o que significava ser um africano com a condição jurídica de livre, porém, submetido à escravidão ilegal, arrematado aos canteiros de obras da Estrada da Maioridade. O empreendimento foi um dos projetos de modernização mais relevantes para a província São Paulo, entre 1840 a 1862. A construção e a manutenção das obras destinavam ligar a capital, até o porto de Santos, perpassando as cidades de São Bernardo e Cubatão. A iniciativa governamental visou dinamizar a comunicação, a circulação de pessoas, bem como o escoamento dos itens da economia agroexportadora, em especial, o café, durante a segunda metade do oitocentos. Já, a escolha do recorte temporal pautou-se pelo período das primeiras discussões relativas à estrada, passando pela execução das obras, até a data da emancipação definitiva dos africanos livres no Brasil, em 1864. Para tal, observamos os ofícios, as correspondências e as listas nominais produzidas pelos diretores da estrada, em conjunto com os relatórios dos presidentes da província, cuja documentação encontra-se depositada no Arquivo Público do Estado. O estudo das informações contidas nos documentos administrativos possibilitaram as análises de parte do cotidiano dos africanos livres, através das suas funções, alimentação, moradia, fugas, saúde e das formações familiares. O exame mais apurado das fontes, em conjunto com o referencial teórico de “trabalhadores subalternos”, nos influenciou a refletir também acerca da atuação de outros labutadores nos canteiros de obras, como os imigrantes alemães. Embora nossos personagens centrais sejam os tutelados, objetivamos conhecer algumas de suas aproximações, especificidades e experiências em comum. Logo, ampliamos o nosso olhar para tais sujeitos, no intuito de entender, sob a perspectiva micro analítica, os sentidos da exploração e da precariedade do trabalho no século XIX. Por conseguinte, o estudo do cotidiano e as relações de trabalho vivenciadas no local refletirão sobre o trabalho livre e compulsório e, discutirão, em que medida, as experiências vivenciadas pelos grupos estiveram pautadas pelas fronteiras entre a escravidão e a liberdade.