Padrões de migração de Salminus brasiliensis (Characiformes, Characidae, Salmininae) no rio Mogi Guaçu utilizando marcadores genéticos moleculares

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Alves, Ronald Ribeiro
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/153017
Resumo: Os processos migratórios realizados por diferentes espécies animais com finalidades tróficas ou reprodutivas tem despertado grande interesse por parte dos pesquisadores há várias décadas. Entre as espécies de grande importância nestes ambientes, Salminus brasiliensis (Cuvier, 1816) se caracteriza como um peixe migrador de ampla distribuição em território brasileiro, principalmente na bacia do Prata, constituída pelos rios Paraná, Paraguai e Uruguai, onde pode atingir grande tamanho. Assim, estudos que visam proporcionar melhores condições de manejo e sua conservação são muito importantes. Neste contexto, as alterações antropogênicas que afetam a espécie S. brasiliensis e a falta de informação que dificultam estratégias eficazes de manejo e conservação, o presente estudo teve como objetivo investigar a variabilidade genética e a estrutura genética das populações migratórias e residentes de S. brasiliensis da bacia do Rio Mogi Guaçu, a partir de amostragem realizada no período de 2008, 2009, 2010 e 2015, tendo como ferramenta a aplicação de técnicas de genética molecular. Os resultados obtidos indicaram altos níveis de variabilidade genética em todos os grupos amostrados, sendo que a heterozigosidade observada (Ho) variou de 0,59 a 0,67 e a heterozigosidade esperada (He) variou de 0,70 a 0,74. A Análise da Variância Molecular (AMOVA) revelou baixa estruturação genética em todos os grupos (FST = 0,0072), nas quais a maior fonte de variabilidade genética foi verificada entre os indivíduos (85,98%). No entanto, a análise de FST em pares mostrou diferenças sutis na variabilidade genética, uma vez que foi verificada uma variação de FST = 0,025; p <0,05 entre os grupos residentes (2008/2015) e de FST = 0,026; p <0,05 entre os grupos migratórios (2009/2010) e o grupo residente (2015). Embora os estoques analisados desta espécie apresentem altos níveis de variabilidade genética, por conta do número de alelos, não pode ser descartada a possibilidade de que mudanças ambientais possam afetar essa variabilidade genética existente. Assim, a possibilidade de uma redução populacional não pode ser excluída devido à perda de alelos e ao aumento da pressão seletiva, em decorrência da instalação de novos projetos nestes ambientes e caso venham a interferir negativamente na dinâmica reprodutiva da espécie, poderá ocorrer a perda do fluxo gênico, com consequente aumento da endogamia, fatores que são prejudiciais ao equilíbrio genético populacional. Neste sentido, considera-se que estudos aprofundados e continuados sobre a estrutura e a dinâmica das populações desta espécie são necessários neste ambiente, visando adicionar informações que possam estimar e prever condições para sua sustentação, podendo, do mesmo modo, contribuir, assim, para a conservação de outras espécies de peixes deste ecossistema.