Frequência dos Polimorfismos no Gene HFE (H63D, C282Y e S65C) em pacientes com COVID-19

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Ribeiro, Thais Fernandes
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/11449/255021
https://orcid.org/0000-0002-2067-0648
Resumo: A doença por coronavírus 2019 (COVID-19) conhecida como Síndrome Respiratória Aguda Grave é causada por um novo beta-coronavírus (SARS-CoV-2), e é caracterizada por um amplo espectro de gravidade clínica, devido às funções das proteínas codificadas pelo genoma viral envolvidas no processo de replicação e entrada na célula hospedeira. O processo de infecção pelo SARS-CoV-2 acarreta em grande quantidade de citocinas pró-inflamatórias, que contribuem para lesão nas células epiteliais pulmonares. A hemocromatose hereditária (HH) é uma doença caracterizada pelo excesso de ferro no sangue e pacientes com os polimorfismos no gene HFE (C282Y, H63D e S65C) podem desenvolver uma série de doenças inflamatórias decorrente das reações oxidativas e de alterações no metabolismo do ferro. Como o aumento de ferro circulante e tecidual acentuam o processo inflamatório, verificar a resposta à infecção por COVID-19 nessas associações se faz necessário, identificando pacientes com maior risco de desenvolver quadros graves, pelo índice neutrófilo-linfócito (NLR), um potencial marcador prognóstico da gravidade da doença. O estudo envolveu 184 adultos, de ambos os sexos, que tiveram COVID-19, com idades entre 18 e 76 anos. Os resultados indicaram associação da gravidade da COVID-19 com: a) o sexo biológico (p<0,05), predominando casos graves entre homens, e b) com a morfologia eritrocitária (p<0,05), evidenciando alterações no tamanho e formato das células. Embora o NLR não tenha apresentado associação direta com a gravidade, casos mais graves exibiram um índice mais elevado. Além disso, o NLR mostrou associação com o sexo feminino, período curto de sintomatologia e casos leves de COVID-19, enquanto o sexo masculino associou-se a um NLR intermediário e gravidade moderada, sugerindo a influência dos diferentes perfis leucocitários entre homens e mulheres (p<0,05). Alterações nos neutrófilos associaram-se à gravidade (p<0,05), indicando que casos leves apresentam perfil normal de neutrófilos, enquanto que para os linfócitos não houve associação, possivelmente devido à linfopenia em casos leves. A mutação H63D apresentou diferença significativa em relação à gravidade da doença (p<0,05), enquanto as mutações C282Y e S65C não apresentaram. Esse resultado possivelmente seja devido à baixa frequência desses polimorfismos em populações miscigenadas. A mutação H63D em heterozigose sugere um mecanismo de proteção contra agravamento da COVID-19. Este estudo destaca a importância de investigar o papel da HH nos sintomas da COVID-19 e ressalta a relevância de traçar o perfil de herança dos polimorfismos para estratégias de suporte em indivíduos predispostos a formas leves ou graves da doença.