Processo de formação de autoria em crianças quando criam contos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Cunha, Neire Márcia da [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/191319
Resumo: Fundamentado nos estudos de Bakhtin, Volóchinov, Medviédev, Vigotski, Leontiev, Elkonin, Davidov, Davidov e Márkova, Jolibert e Miller o estudo teve como objetivo compreender o processo de formação de autoria em crianças quando criam contos. A pesquisa de natureza dialógica (Bakhtin; Volóchinov) foi realizada em uma escola pública de Uberaba, Minas Gerais, com nove crianças de nove e dez anos, do Tempo Integral, durante sete meses, no ano de 2017. A metodologia utilizada na geração de dados foi o experimento educativo dialógico e concretizou-se em três etapas: observação in loco das crianças, o desenvolvimento do Plano de unidade didática (Libâneo e Freitas) e a entrega do livro produzido por elas. O projeto de aprendizagem foi denominado pelas crianças de Contos imaginários e histórias reais, o mesmo nome do livro no qual registraram suas criações literárias. Os instrumentos de coleta dos dados foram as filmagens, as gravações de áudios, as fotos, os jogos e os discursos orais e escritos. Os dados foram organizados em pastas, no caderno de registro da pesquisadora, e depois transcritos. A apresentação e a análise foram organizadas em cinco núcleos temáticos: Jogos limítrofes: atividade da imaginação criadora; criação literária: desenvolvimento da imaginação criadora; autoria: tessitura do signo ideológico; autoria: responsividade e responsabilidade; e autoria: traços de singularidade. A análise baseada em Geraldi, Jakubinskij, Brait, Faraco, Duarte, Zilberman, além dos autores já citados, possibilitou as seguintes conclusões: a organização do ensino criou condições para que as crianças atribuíssem sentido às tarefas propostas, de modo que elas se constituíssem em uma atividade de estudo. Os estudos epilinguísticos, os intercâmbios verbais e os atos de criação literária promoveram a apropriação e a objetivação dos atos de linguagem e viabilização de novas instâncias de criação. Os intercâmbios literários possibilitaram às crianças a experiência da alteridade. A tese evidenciou, portanto, que, ao colocar as crianças em atividade, segundo o conceito do russo Leontiev, e estabelecendo condições para considerar o nível de seu desenvolvimento, privilegiar as situação de interação verbal, dar voz às crianças, organizar o ensino de acordo com seus motivos e necessidades, a partir da linha de maior esforço no seu processo de aprendizagem, é possível formar e desenvolver a autoria nas crianças quando criam contos, de maneira que desenvolvam traços de autoria já nos anos iniciais do Ensino Fundamental.