Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Paula, Angela Machado de [UNESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/202176
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Resumo: |
Esta tese apresenta resultados da pesquisa que tem como tema o desenvolvimento de autoria em crianças por meio de atividades de leitura e escrita de contos populares. Ancorou-se nos fundamentos da filosofia da linguagem postos por Volóchinov e Bakhtin, notadamente os conceitos de enunciado, gêneros discursivos, e a constituição do sujeito por meio da linguagem e nos pressupostos da Teoria Histórico-Cultural, particularmente da Escola de Vigotski, ao abordar o processo de apropriação da linguagem como instrumento fundamental para o desenvolvimento infantil. A pesquisa está vinculada ao Programa de Pós-Graduação em Educação, da Faculdade de Filosofia e Ciências, Universidade Estadual Paulista - Unesp- Campus de Marília, e está vinculada à Linha de Pesquisa Teoria e Práticas Pedagógicas. Teve como objetivo investigar como a autoria pode ser desenvolvida em alunos entre 9 e 10 anos, no Ensino Fundamental, por meio de atividades de leitura e escrita de contos populares. Definimos nosso problema de pesquisa por meio da seguinte questão: “Como a escrita, na elaboração do conto popular, pode provocar nos alunos o desenvolvimento como sujeito-autor?” Partimos da hipótese de que as crianças podem criar seus textos com marcas próprias se a escola oferecer as condições adequadas. O trabalho investigativo correspondeu a uma pesquisa de intervenção, com duração de três meses, no ano de 2018, com cinco crianças de quatro turmas de 5º ano do turno matutino, um menino e quatro meninas, com idades compreendidas entre 9 e 10 anos, indicadas pelas professoras, de uma escola pública municipal, na cidade de Frutal, Minas Gerais. A pesquisa foi realizada em três etapas. Na primeira, foi feita uma análise documental do Projeto Político Pedagógico da escola com intuito de compreender o discurso pedagógico sobre o ensino da criação escrita. Na segunda, foram feitas 10 visitas para conhecer a prática pedagógica das professoras do 5º ano com a finalidade de observar situações e contextos de criação textual em que as crianças estavam inseridas. Na terceira, foi desenvolvido um experimento pedagógico no contraturno escolar por meio de atividades planejadas intencionalmente, com leitura de contos do livro Contos populares brasileiros, de Lindolfo Gomes (1948) e de escrita de contos que tiveram como referência a vida cotidiana dos alunos. No final do experimento as crianças criaram seus contos, 33 no total, sendo 32 criações e uma compilação, que compuseram a obra Contos Populares Frutalenses, impresso em editora comercial. Para geração de dados foram utilizadas gravações dos diálogos em áudio, arquivos das escritas iniciais e das reescritas dos contos por meio do programa Microsoft Word e o livro impresso com as versões finais dos contos. A apresentação e a análise foram organizadas em três núcleos temáticos: Formação da atitude de autoria por meio da escrita de contos populares, Vivência e experiência na elaboração de contos populares, e A construção de enunciados para o Outro por meio do editor de texto. Os resultados da investigação permitiram constatar que o estilo das crianças se evidencia nas escolhas lexicais, fraseológicas e gramaticais, como marcas de autoria dos contos produzidos por elas. Com tais resultados foi possível defender a Tese de que ao dar voz às crianças e permitir que façam escolhas dentre as alternativas que o seu entorno cultural, social e histórico oferece, é possível formar e desenvolver suas atitudes autoras em um processo que considere a criação escrita em sua função de humanização. |