Variação genotípica e biofortificação agronômica com selênio em arroz de terras altas e relações com a qualidade nutricional do grão

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Reis, Heitor Pontes Gestal [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/148967
Resumo: O selênio (Se) é um importante elemento para humanos, animais e plantas, porém o Brasil, em geral, contém solos pobres desse elemento. O arroz é um dos produtos principais da dieta dos brasileiros, portanto a biofortificação agronômica com Se para essa cultura é uma estratégia para aumentar os níveis de Se na população. Pouco sabe-se sobre a variação genotípica no acúmulo de Se em plantas e da possibilidade de uso de plantas mais eficientes e responsivas a aplicação de Se ao solo. Neste trabalho, objetivou-se avaliar diferentes genótipos quanto ao acúmulo de Se e sua relação com a qualidade nutricional dos grãos, além de avaliar a influência do Se na fisiologia e bioquímica para um melhor entendimento da sua distribuição nas partes da planta. Para avaliar genótipos responsivos a adubação com Se, foram avaliados 3 genótipos de arroz de terras altas em condições de campo para avaliar o efeito de doses de Se (0; 10; 25; 50 e 100 g ha-1) na qualidade nutricional do grão e fisiologia da planta. Para avaliar a influência do nitrogênio na eficiência de acumulação de Se em grãos de arroz de terras altas, foi realizado um estudo com 5 doses de nitrogênio (0, 20, 40, 80 e 120 kg ha-1), 2 doses de Se (0 e 25 g ha-1). No experimento I as cultivares ANa 5015 e AN Cambará se destacaram em relação a ANa 7007 nas variáveis biométricas. A biofortificação com Se promoveu aumento na atividade da redutase do nitrato. Nas menores doses de Se ativou o sistema antioxidativo pelo aumento da atividade da superóxido dismustase e catalase, e redução de peroxidação lipídica e peróxido de hidrogênio. Os teores de Se nas folhas e grãos aumentaram linearmente em função da aplicação do Se via solo. Houve correlação altamente significativa entre teor de Se nas folhas e grãos (r = 0,99, p ≤ 0,0001), indicando alta translocação do nutriente da fonte para o dreno. A aplicação de 10 g ha-1 proporcionou aumentos nos teores de Se nos grãos acima de 0,3 mg kg-1, limite máximo permitido pelo Codex Alimentarius. No entanto, a ingestão diária aumentou até 30 μg dia-1, ou seja abaixo da recomendação de ingestão diária de 55 μg dia-1. No experimento II, observou-se aumento linear do índice SPAD (33 a 45), altura de plantas (66 a 82 cm), porcentagem de rendimento de grão (67 a 70%), porcentagem de grãos inteiros (58 a 64%) e produtividade (1280 a 2898 kg ha-1) em resposta as doses aplicadas de N. Os teores de Se variaram de 0,01 a 0,54 mg kg-1 nas folhas e 0,03 a 0,36 mg kg-1 nos grãos. A ingestão diária de Se calculada proveniente do arroz biofortificado com Se variou de 2,05 a 24,7μg dia-1, o que representa um aumento de 3,72% para 44,9% da necessidade diária de Se por dia. Levando em consideração que a recomendação de ingestão diária de Se para adultos é de 55 μg dia-1, o presente estudo apresenta informações relevantes sobre biofortificação agronômica para aumento do teor de Se nas partes comestíveis, o que pode resultar em benefícios na saúde humana.