A autoficção e a metaficção historiográfica em Soldados de Salamina, de Javier Cercas

• Ano de defesa: 2021
• Autor(a) principal: Duarte, Fabiana
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
• Palavras-chave em Português: Pós-modernidade; Literatura espanhola; Autoficção; Metaficção historiográfica; Soldados de Salamina; Post-modernidad; Literatura española; Autoficción; Metaficción historiográfica
• Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/204153

Este estudo investiga como pode ser compreendida e construída a mescla entre autor, narrador e personagem na obra Soldados de Salamina, do espanhol Javier Cercas, publicado em 2001. Para tanto, discute-se as noções de “autoficção”, “autobiografia”, “metaficção historiográfica” e analisa-se o contexto histórico presente no livro, a Guerra Civil Espanhola (1936-1939), a fim de examinar as formas pelas quais a narrativa revisita este período, a partir do dilema da personagem-protagonista, que tem o mesmo nome do autor do romance – Javier Cercas. O embasamento teórico para o desenvolvimento desta pesquisa compreende textos que apresentam o conceito de “autoficção” de acordo com a concepção de Doubrovsky, pois este escritor e crítico literário mencionou o termo, pela primeira vez, em sua narrativa Fils (1977). Serão utilizados também trabalhos que acompanham a “autobiografia” sob a concepção de Lejeune, publicada em Le Pacte Autobiographique (1975), e Alberca, em El pacto ambíguo (2007). No tocante à revisão da História, publicações do próprio escritor espanhol no jornal EL PAÍS (1999, 2010, 2012) e de outros jornalistas do mesmo periódico serão importantes para o debate a respeito da ideia de memória histórica abordada pelo escritor. Além disso, a obra de Linda Hutcheon, Poética do Pós-Modernismo (1991), sobre metaficção historiográfica será fundamental ao permitir a revisão da História em relação ao episódio motivador da narrativa em Soldados de Salamina. Assim, nossa investigação objetiva mostrar a relação entre o jogo autoficcional e a motivação de cunho histórico que tece o enredo do romance.