Ambiente social: influência de coespecíficos na modulação do estresse e comportamento agressivo em peixes

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Rossi, Vanessa Stramantinoli [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/183685
Resumo: Esta tese tem como objetivo principal avaliar como o ambiente social afeta a recuperação do estresse e o comportamento agressivo em peixes. Primeiramente nosso foco foi avaliar se havia influências sociais positivas após a aplicação de estresse ao ponto da obtenção/geração de uma recuperação mais rápida, amenizando o estresse em indivíduos espectadores. Este fenômeno é conhecido como apoio social (social buffering) e já é descrito em diversos animais sociais, desde mamíferos, peixes e até invertebrados. Em peixes, este foi estudado em Zebrafish, que é uma espécie que possui semelhanças genéticas e neurais com vertebrados superiores e apresenta estrutura social bem definida. Apesar disso, esse fenômeno ainda é pouco estudado em outras espécies com características sociais específicas, como por exemplo, sociedades com presença de altas taxas de agressão e disputa hierárquica entre indivíduos. Dessa forma, avaliamos a ocorrência do apoio social em tilápia-do-Nilo, uma espécie territorialista com agressividade elevada entre os indivíduos para manutenção de hierarquia. Neste estudo, observamos a ocorrência do fenômeno de apoio social apenas no contexto em que o indivíduo era inserido em um ambiente novo e possuía sinais visuais de grupos dos coespecíficos. Entretanto, ao longo da experimentação, após a familiarização com os coespecíficos, notamos o aparecimento de outro fenômeno que influenciou negativamente na recuperação do estresse, o ‘estresse social’. Este é um fenômeno causado por interações agonísticas em um grupo e, neste trabalho, ocorreu mesmo em indivíduos isolados fisicamente, possuindo apenas sinais visuais do grupo social. Assim, decidimos avaliar se haveria influência da observação de interações agressivas de um grupo no comportamento agressivo de indivíduos espectadores. Obtivemos uma correlação negativa, em que, quanto menor o número de confrontos de um grupo, maior a agressividade deflagrada pelo espectador. Como nesse estudo não foi possível o controle das interações dos grupos sociais, decidimos realizar um novo estudo onde havia este controle. Dessa forma, em nosso segundo estudo, avaliamos se o comportamento agressivo de indivíduos espectadores é modulado a partir do nível de agressão do grupo observado. Com isso, observamos uma resposta similar, na qual, animais que presenciaram coespecíficos sem interações agressivas, aumentaram os níveis de agressividade quando comparado a um controle. Assim, concluímos que mesmo em uma espécie agressiva como a tilápia-do-Nilo, com o predomínio de estresse social, há a ocorrência de apoio social em determinado contexto. Além disso, a tilápia é capaz de avaliar o contexto agressivo social, que por sua vez modula a agressividade individual.