Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Moreno, Naiara Alberti [UNESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/191381
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Resumo: |
A concepção deste trabalho decorre da observação de um fenômeno presente na fortuna crítica do escritor brasileiro Michel Laub: parte considerável de sua obra tem sido associada ao conceito de “romance de formação”, tradução corrente do termo alemão Bildungsroman. No entanto, constatou-se que essa associação não havia sido ainda suficientemente desenvolvida, configurando uma lacuna na crítica sobre o autor. Considerando que o conceito de Bildungsroman foi criado para designar obras alemãs do final do século XVIII, faltava esclarecer as implicações de seu deslocamento para tratar de romances brasileiros do século XXI. Diante disso, esta pesquisa busca averiguar em que medida o conceito torna-se útil à compreensão dos romances do autor. Para tanto, realiza-se, primeiramente, um levantamento sobre o estado da questão na fortuna crítica de Michel Laub, bem como sobre a assimilação do conceito pela crítica literária brasileira. Em um segundo momento, recuperam-se algumas das principais definições do conceito, o qual surge de uma intrínseca relação com o Iluminismo, mas se transforma ao longo do tempo: expandindo-se para recobrir um conjunto de obras cada vez mais heterogêneo, seus sentidos passam a ser repensados em vista das peculiaridades dos diferentes objetos. Finalmente, retorna-se ao ponto de partida para apresentar, à luz desse percurso, uma leitura das obras de Michel Laub. Os romances selecionados são Longe da água, de 2004, Diário da queda, de 2011, e A maçã envenenada, de 2013. Para tanto, do ponto de vista metodológico, procura-se mobilizar o conceito como uma ferramenta interpretativa, isto é, como um elemento de mediação capaz de facultar uma nova compreensão das obras. Com isso, favorece-se tanto a visualização das relações que os romances estabelecem entre si, quanto o reconhecimento dos diálogos que tais obras estabelecem com essa tradição. A análise toma como referência aspectos do romance Os anos de aprendizado do jovem Wilhelm Meister (1795-6), de Johann Wolfgang von Goethe (1749-1832), obra paradigmática do Bildungsroman. Os eixos propostos para a leitura dos romances de Laub dizem respeito às seguintes esferas iniciáticas que marcam o caminho de formação dos protagonistas rumo à maturidade: a relação com as instituições de ensino, o contato com as artes e com o âmbito profissional e a iniciação amorosa. Os protagonistas buscam compreender o que viveram e reconhecer os limites de suas responsabilidades pelos eventos passados. O ponto de chegada do processo, que culmina na escrita dos romances, sugere a existência de um profundo sentimento de culpa, decorrente da dificuldade de lidar com os afetos. Com esse percurso, espera-se, portanto, contribuir para a compreensão dos sentidos da formação nos romances de Michel Laub. |